Estradas

ESTRADAS

Tenho um fascínio muito especial por estradas.

As estradas podem ser as mesmas estradas que já se conhece em todo o seu percurso, mas todos os dias elas estão diferentes. A incidência da luz, dependendo do horário, do clima, da época do ano, da chuva, do sol, da neblina, dá a estrada um colorido diferente todos os dias, imagem esta, que nunca se repete. Agora, nesta época do ano, suas margens estão coloridas do amarelo ao vermelho pelas folhas envelhecidas dos chapéus-de-sol. Falta pouco mais de um mês para a entrada da primavera, mas pelo colorido das flores, das plantas, das árvores ela já se anuncia. A estrada antecipa a mudança das estações.

A estrada é muito simbólica para mim. Ela aparece nos meus sonhos nas mais variadas formas e situações: eu dirigindo na estrada, eu tentando ir para frente num carro que só anda para trás, eu caminhando pela estrada, montada a cavalo na estrada, sobrevoando esta estrada de avião, ou simplesmente, levitando, planando, sobre a estrada.

A estrada pode significar transição, pode significar mudança.

A estrada tem começo, meio e fim.

A estrada nos transmite uma sensação de ir, de poder ir, de sentir novos ares, de partir, largar tudo, mas também de poder voltar.

Não é por acaso que tantos poetas já cantaram a estrada de diversas maneiras em suas melodias. O poeta ama a liberdade, a beleza, o prazer. A estrada é liberdade, beleza, prazer. É também tristeza, saudade do que ficou pra trás.

A estrada imita a vida. A vida sim, pela qual vamos passando, vendo e vivendo coisas diferentes, experiências boas e ruins, com coloridos e significados diversos.

A estrada é a vida, aventura que nos leva rumo ao desconhecido, partindo de sensações já experimentadas, de experiências vividas, de verdades aprendidas, de novas sensações a cada passagem até a próxima parada...

Lucia Leite
Enviado por Lucia Leite em 11/01/2008
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