Post Mortem
Post Mortem
18ago24
Lá, lá,lara,lá,lá,lara, Silvio Santos já não está mais aí. As homenagens se multiplicaram, o minuto de silêncio nos campos de futebol duraram 1 minuto e o silêncio foi ouvido por todos. A merecida homenagem não foi ao homem Senor Abravanel, mas ao homem que ouvia o não como um estímulo sinalizador para encontrar o sim. O sim pra si, o sim desafiador das conquistas impossíveis. Ele era de carne e osso como todos nós, mas teve alma que lhe deu a vontade e a certeza de que tudo é possível. Trouxe alegria para uma massa destinada ao sofrimento de uma nação inculta e de outros que negavam a audiência que lhe era dada a cada semana. Transmitiu a imagem de que o mundo deve ser leve para todos, mesmo que seja pesado para mim. Fez todos sonharem e acreditarem que a felicidade ficava por detrás da porta da esperança ou dos números de uma Telesena. Saiu de cena em silêncio, sem discursos. Foi saindo devagarinho, pouco a pouco até que em um domingo Silvio Santos vestia saia e transmitia uma ingênua insegurança. Ele deixou seu mundo, com um mundo de coisas e de voltas por cima, afinal ele também errou. Agora ele estará em uma grande escola e nela, com certeza, será o líder de turma, e durante o recreio fará o Show de calouros ou o leilão das notas musicais. Vá e não venha dizer que era só uma pegadinha.
Geraldo Cerqueira