Dois homens duas histórias

São Paulo,17 de agosto de 2024. Um homem bem sucedido que construiu um império ao longo de mais de 60 anos faleceu aos 93 anos. A sua história é um sinônimo de superação, resiliência e empatia. A sua trajetória começa como vendedor ambulante trabalhando ainda na pré adolescência para sustentar a família. Naquele momento as ruas do Rio de Janeiro foi o seu primeiro "palco". A sua desenvoltura para com os seus clientes impulsionou aquele jovem a outros ambientes. A sua mente "borbulhava" de ideias que o levaram para novos horizontes. A cidade de São Paulo "abriu" as suas portas para aquele jovem visionário desenvolver as suas habilidades não só como ótimo artitulador de ideias, mas também como ótimo comunicador. O seu carisma, a sua simpatia e o seu sorriso transformaram o jovem em um verdadeiro artista de televisão. Ao longo dos anos aquele jovem adquiriu um público fiel principalmente aos domingos. O Ibope quase sempre era muito grande e na maioria das vezes venécia os seus concorrentes. O animador dos domingos cativava grandes públicos em todo o Brasil. A partir da aquisição de uma concessão de tv o jovem animador passou a construir um dos sistemas de comunicação mais promissores do país. A imagem de vencedor do comunicador e ótimo comerciante inspirou muita gente a tornar-se empreendedor. Depois de seis décadas o homem vencedor descansou após tanto tempo de lutas. João Pessoa, 17 de agosto de 2024, outro homem faleceu quase que a mesma idade do comunicador. Aquele homem baixo e encurvado perambulava pelas ruas da capital paraibana ao longo de mais de 50 anos. O seu cabelo loiro caia em sua fronte e cobria os seus pequenos olhos claros que "escondia" uma tristeza muito grande. O seu "palco" era quase sempre as calçadas da cidade. Ele carregava não só histórias, mas um grande saco nas costas. Aquele saco atraia a curiosidade das crianças, mas causava muito medo. Ninguém sabia o seu nome, porém ele ficou conhecido como o "homem do saco". O seu terno roto quase que "arrastando" no chão causavam grande espectativa e curiosidade nas pessoas do centro da cidade. Alguns diziam: "Quem é esse homem?" "De onde ele vem"? "Quem é a sua família"? O seu andar lento constrastava com o vai e vem do trânsito caótico. Mas ele não tinha pressa. Ninguém sabia do seu passado. Alguns diziam que ele fora rico e perdeu a fortuna. Outros diziam que ele abandonou a família e os seus bens para "morar" nas ruas de João Pessoa. As duas histórias desses homens são distintas, mas o fim delas é idêntico. A transitoriedade da vida está presente em nosso dia a dia. A nossa finitude é nítida. Aqui na Terra temos a possibilidade de adquirir amizades, e bons e maus momentos, e bens e conforto. Mas quando partimos desta vida não levamos nada do que adquirimos ao longo do tempo. Os dois homens que partiram nesse sábado não se conheciam, porém o final de ambos foi exatamente igual a todo mundo. Descansem em paz Silvio Santos e o "Velho do Saco".

Levi Oliveira
Enviado por Levi Oliveira em 18/08/2024
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