O guardião

Peguei a observar um influencer popular, que as redes sociais estão ofuscando dos jovens e adolescentes, que buscam os tais influenciadores, que em grande parte não tem nada a acrescentar na vida de ninguém. Estou falando de um outro tipo de influencer, que está longe dos holofotes, longe das câmeras, das tecnologias, alguém que talvez o Brasil nunca vai conhecer, nem mesmo as pessoas do próprio município, talvez apenas da comunidade, que aqui vou apresentar, vai que um dia alguém ao ler essa crônica sinta até curiosidade de conhecer. Essa comunidade é São João Bosco, e pra ser mais exato, fica em Jaguaré, norte do Espírito Santo - Brasil.

Lá há um homem simples de pouca leitura, mas um grande professor na arte do saber popular, no espírito do voluntariado, no trabalho em mutirão.

Às vezes teimoso, outras vezes estressado, que é compreensivo para um matuto, mas de um coração transbordando em generosidade.

Sempre o primeiro a chegar e o último a sair, cuidando com zelo da igreja e seus arredores, sem receber nem um centavo, muito menos um obrigado, ou até mesmo esperar um elogio. Trabalho pautado na entrega, sem esperar nada em troca, apenas a alegria de servir. Em que lugar mais desse Brasil há um homem que trabalha a mais de 30 anos como coveiro apenas por voluntariado? Para mim, esse homem já merecia entrar no livro do recordes!

Na bíblia diz que chegaria um tempo em que o amor de muitos esfriaria, mas ao olhar o exemplo desse homem vejo que ainda há corações que transbordam amor e que a humanidade ainda tem jeito.

Nunca pregou no altar, mas sempre pregou com a vida e com a alegria de servir, nunca quis ser protagonista, preferiu sempre os bastidores, arrumar o som da igreja, bater o sino nos domingos, observar os microfones, checar se estava tudo certo na comunidade.

Um guardião nato, zeloso, perseverante e corajoso a entregar seus dias, servindo sem ser visto, notado. O jeito paciente para fazer com excelência as suas atribuições. Quem me dera se em todo lugar houvesse homens assim. Pra ser ainda mais exato, vou apresentar até o nome: CHICÃO! Uma inspiração de vida.

Sabe, todo cantinho desse mundo deveria ter um CHICÃO. Há se em todo lugar tivesse um CHICÃO. Mas essa sorte é para poucos. Às vezes me pego a pensar: " O que será de nós sem Chicão?"

Dizem que pessoas podem ser substituídas, mas ao olhar para esse homem, me vem a dúvida se de fato, todas podem ser. Porque ele é de fato alguém que na simplicidade do viver e na constância, nos mostra que algumas pessoas jamais poderão ser substituídas. Um professor sem ter faculdade, sem ter viajado o mundo, que aprendeu na escola da vida, a ser feliz com pouco, apenas pela alegria de poder servir e rir com as histórias de uma vida que todos os dias se vai e que risada marcante. E na sua simplicidade entendendo uma verdade do evangelho. 'Há maior felicidade em dar do que em receber' ".

Se há algum CHICÃO por aí, escreva-me rápido, há uma urgência no mundo para se apresentar homens guerreiros assim.

17/08/2024 às 18:30 hrs em casa

Joilson Nascimento Junior
Enviado por Joilson Nascimento Junior em 17/08/2024
Reeditado em 18/08/2024
Código do texto: T8131165
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