O SABE-TUDO
Só ele sabe todos meus segredos. Especiamente quando tento represar algum choro ou extravar enxurradas de alegria pelos quatro cantos. Sabe quando sou farsante, louco ou tento ludibriar os flancos do vento, quem aabe as nervuras do querer-bem. Conhece cada nódulo arredio da alma e trafega pelos suores puídos de cada verdade com altiva desenvolvura. Sabe desmamar cada medo, cada olhar sórdido, cada vão arredio da minha fé. Só ele tem as chaves do coração e consegue sorver o musgo que veste cada sombra e cada espevitado sonhar. É meu guia, meu pai, minha nascente de amor. A ele reverencio meus solavancos do perdão e as diabruras desse canto arredio e redentor. Nos seus bilhões de neurônios soarei o meu chão derradeiro, com desbravado eco entalado numa porta qualquer.