Nunca digo o que penso
Os conflitos com chefes, gestores e líderes e minha tendência à insubordinação continuam firmes. Cito um caso fresquinho, ocorrido hoje mesmo: o Sr. Maurício, que temporariamente é o meu chefe, me criticou duramente por ter dito em uma reunião, que o que interessa para um vendedor, ou para quem trabalha na área comercial, é de fato o dinheiro, a comissão, pois, em minha lógica gananciosa e desejo de ascensão rentista, por princípio, o trabalhador do comércio deve ansiar pelo seu bônus, prêmio ou comissão, quando este é, notadamente, um vendedor "like me".
Segundo o chefe Maurício, não é este o objetivo, despejou diante de mim, a constrangedora e hipócrita visão de que, antes, devemos almejar o relacionamento com o cliente e não apenas querer tomar-lhe dinheiro e arrancar-lhe o pedido - eis aí uma nojenta contradição do chefe Maurício: ele me cobra duramente todo santo dia para que apresente novos pedidos!
Além do que, ganha um salário exorbitante e recebe da empresa gordas e banhosas comissões, daí, sente-se no dever de derramar chorumes fajutos sobre como devo falar à respeito dos meus objetivos. Teve ainda, a desfaçatez de me alertar com ar de gravidade e ameaça, que o Karl, o Manda-Chuva da empresa, que fica refestelado em uma vermelha e luxuriosa poltrona na Suíça, não gostaria de ouvir de um subordinado (em meu caso um INsubordinado) que o que importa de fato é trazer pedido, novas vendas e assim, encher o bolso de dinheiro.
Em resposta à tamanha baboseira, não tive coragem suficiente de responder conforme meu pensamento, que expressado em palavras, seria exatamente nos seguintes termos: "quero que o Karl se foda!"