NÃO SOU VENEZUELANO, NÃO SOU MACONHEIRO, NÃO SOU ARGENTINO, NÃO SOU ISRAELENSE (VENDO O MUNDO DE FORMA ESTOICA, MAS NÃO COM INDIFERENÇA)
Defino-me como um ... viajante
Gosto de lugares
Percebo as pessoas
Contemplo o espaço
E, principalmente, o “psicológico (ou mental) tempo" de tudo
Sou um "observador" da vida e do mundo
Um "místico contemplador", digamos assim
Eis o qu'eu sou (ou como sou)
E [sempre] ... de alma despida:
Sem religião, sem partido partido político, sem nenhuma ideologia, sem nacionalismos...
Enfim, sem nada
E deste modo vou caminhando [nu] pelo mundo
Os lugares são mais que simples “locais” ou “regiões”
As pessoas não se reduzem a apenas “indivíduos” ou somente “criaturas humanas”
Os espaços são mais que “situações geográficas”
E o tempo não se trata d’algo unicamente cronológico
Tudo é mais (sempre mais)
E na condição de viajante (qu’eu sou) vejo e percebo tudo
E, sobretudo, todos
Sem deixar escapar ... nada (e ninguém)
Às vezes me integro com o qu’eu vejo (e me entrego co'ele)
A estar, portanto, em comunhão com o que vejo
Às vezes me aparto, a ter uma postura estoica (mas não insensível)
Procuro não me deixar absorver com nada
Visto que se assim fizesse, poderia me gastar
Ou mesmo perder minha identidade
E assim, me perder
Na verdade, procuro me manter “imperturbável”
E também “impassível” e “neutro”
E sempre com os “pés-no-chão”
Evito ser um “maria-vai-com-as-outras”
E mesmo no meio da multidão, procuro jamais de mim esquecer
Ao qu’eu digo que na maioria das vezes... ando "na contramão"
E não compro nada que venha da “indústria da inútil preocupação pública”
E então, nest’hora, percebo [lá do alto] a incrível cidade
E (sem me comparar), como Cristo a entrar em Jerusalém, choro por ela
Pessoas “sugadas”, sequestradas por mil tolices e bobagens
Alguém as roubou ... d’elas mesmas
E, incrivelmente, não se dão por conta
É verdade: elas não sabem que alguém as tomou [delas próprias]
Todavia, assim [elas] seguem
E se preocupam (ou se ocupam mentalmente) com bobagens
E esquecem de suas próprias (mas desgraçadas) vidas
Meu amigo, pergunto-vos:
Como está o mundo hoje?
Você preocupa mais co’ele ou contigo?
As pessoas e o espaço sabem que você existe?
É fato:
Um dos maiores entretenimentos [de todos] é perder tempo com quem nem sabe qu’existimos
Um de nossos melhores brinquedos é ocuparmos com “bobagens coletivas” e "inutilidades
públicas"
E muitos assim o fazem para não serem vistos como alienados do mundo
Deste mesmo mundo que procura o máximo (com suas “técnicas") alienarmos [de nós mesmos]
E ninguém percebe que está sendo “manipulado”
A não ser pessoas inteligentes (como eu!)
Oh! Que me desculpem se estou me posicionando de forma narcisista
Mas, vai por mim, meu amigo:
Neste mundo, é como se diz: "quem abaixa muito ... mostra a bunda"
Sendo assim, valorize-se
E nunca esperes ser valorizado por ninguém
Para o teu bem te digo:
Não te iludas com ninguém [em achar que serás por ele valorizado]
Não serás!
Prezado leitor, acaso já raciocinou que os problemas dos outros são deles (e somente deles)
e não são seus?
Por que você “esquenta sua cabeça” com coisas alheias?
Acaso você pensa que irás salvar o mundo?
E você "precisa mesmo" fazer parte desta manada de ignorantes e tolos?
Indo direto ao que eu quero:
Não sou venezuelano, não sou maconheiro, não sou israelense, não sou argentino ...
Pois bem, daqui a pouco todos irão compreender porque estou falando isto
E então, observando (pela janela d’um arranha-céu) aquela incrível cidade, e sabendo do qu’está
acontecendo no mundo, pergunto mais uma vez:
A eleição na Venezuela é algo relevante “para a sua vida”?
O que estás ganhando a torcer por um e não por outro?
Que diferença fará “para a sua vida” quem ganhar ou quem perder?
E então, dê uma verificada na dispensa de sua casa, no local onde ficam guardados os alimentos
(e outros produtos), e veja se isto não é mais importante, a ter de ficar preocupando com o que está
acontecendo bem longe de sua casa
Ah! Eu tenho certeza de que você irá me chamar de insensível e indiferente
Mas, agora eu te pergunto:
O que a minha preocupação contribuirá com o que está havendo na Venezuela?
Meu amigo, será que não estamos sendo vítimas de mais uma “preocupação inútil”, criada pela
“indústria de preocupações populares”?
Caríssimo, eu lamento o que está acontecendo com aquele país, assim como não sou a favor do que está
havendo na Ucrânia e na Palestina
Gostaria muito que a sensatez prevalecesse em tais lugares, mas “ficar entupindo minhas artérias” com
adrenalina eu não simplesmente não irei fazer isto
O máximo que eu posso fazer é orar por eles, mas “preocupar”, não
Tomo a liberdade de dizer que existe uma grande diferença entre "ser estoico e ser indiferente"
Ser estoico é ser "equânime", tendo uma serenidade mental e , sobretudo, sensata
Ser indiferente é não ter nenhum interesse nem sensibilidade com alguém ou alguma circunstância
Colocando em prática a partir de um exemplo:
Quando um conhecido Presidente da República disse aquele sonoro "e daí", "eu não sou coveiro", isto
é "indiferença", já que ele não estava "nem aí" com o que estava acontecendo (durante a Pandemia da
COVID-19)
Na verdade, aquilo foi uma confissão pública do quanto ele era "desumano" e sem nenhum compaixão
com o sofrimento do povo
Bem, prefiro não me prolongar quanto a isto
Mas a verdade é que eu não estou mentindo
Sigo agora a caminhar pela movimentada rua daquela cidade
Pessoas apressadas
Seus rostos inegavelmente esculpidos com a neurótica ansiedade
Almas barulhentas e escravas do “samsara”
Todos misturados e ao mesmo tempo separados (psicologicamente)
E naquela multidão ninguém é ele próprio
Meu querido, eu posso estar revoltado pelo que acabo de receber pelas redes sociais o falecimento
de um grande amigo meu, vítima de IAM (infarto agudo do miocárdio), o qual há tempos não via
Fui checar sua página no Facebook e fiquei impressionado com o exagerado conteúdo de ódio
(praticamente da cabeça aos pés) nela, ao que constava na maioria das datas (em suas publicações)
Tudo bem, não irei aqui fechar o diagnóstico da causa do óbito, mas eu tenho certeza de que houve
influência
Até porque o ódio é um sentimento nefasto, onde só prejudica a quem o guarda
É aquilo mesmo de que Cristo falava, meu caro: “Não dê aos cães o que é santo, nem
lanceis suas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés, e voltando-se,
vos dilacerem (Mateus 7:6)
E em sua página daquela rede social, praticamente 80% era em função da maldita e atual polarização política,
a exaltar certo [conhecido] nome, seu partido político, e a odiar o outro, como também a perder tempo com
a posição ideológica de cada qual ("Direita" ou "Esquerda")
Pois é, e neste instante acabo de me lembrar do versículo de um salmo o qual acho que
combina bem com o qu’estou falando:
“Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira” (Salmo 4:2)
Ou, n’outras traduções:
“Até quando estarão amando o que não tem valor (as ilusões) e indo em busca da
mentira”?
Ah, meu amigo, quando eu vejo uma notícia de que um ônibus com torcedores de futebol se envolveu
num trágico acidente na estrada, a dar-lhes a morte de tantos, eu me pergunto:
Será que valeu a pena morrer assim?
Sim, será que compensou interromper o seu sagrado tempo em nome de uma vaidade?
E então, pergunto-vos novamente:
A eleição da Venezuela (ou o resultado) é de vital importância para a sua vida?
E a dos Estados Unidos?
Ao qu’eu respondo por mim:
Não significa nada [para mim], nem da Venezuela, como sou também indiferente à eleição nos Estados Unidos,
a qual irá decidir quem será o seu Presidente.
E alguém agora irá me jogar na cara:
- Todos só falam nisto, e você não está nem aí enquanto todo mundo tá preocupado?!
Ao qu’eu o responderei:
- A questão é justamente que eu não sou “todo mundo”, a preferir ser somente eu.
Se eu seguisse a onda de todos e esquentasse a minha cabeça com os demais problemas do mundo,
acredito que sofreria um infarto fulminante (como foi o que aconteceu com meu amigo).
Tô fora!
Lamento muito o que está havendo na Venezuela, mas não posso fazer nada
E pouco me importa quem será o novo Presidente dos Estados Unidos, já que quem ganhar não irá
alterar em nada a minha vida
Torcer para algum deles é tão infantil como quem torce (e joga adrenalina em suas artérias) para times
de futebol
Pois é!
Este ano muitos estão achando um absurdo a possibilidade do Governo brasileiro em legalizar a maconha
E o qu’eu penso disto?
Não estou nem aí
Eu não sou maconheiro
Se eu fosse, com certeza estaria interessado
Interesse eu tenho no que eu uso
Como não sou usuário de maconha, para mim tanto faz como tanto fez
Uso em meu corpo outras substâncias que para mim são essenciais, tais como:
Arroz, feijão, pão, verduras, frutas, carboidratos, proteínas ...
E com tais coisas eu me preocupo, pelo que não podem faltar em minha vida
Agora, maconha não me faz falta [nenhuma]
Qual a razão de me preocupar com isto?
Não vejo motivo para tanto alarde, principalmente por muitos que nem uso dela fazem
Noto uma enorme ponte ao longe
E percebo o tanto que ela é magnifica
Impossível não chamar a atenção, principalmente dos turistas
E nest’hora eu pergunto:
Quem ali naquele caótico espaço “se faz ponte” para o outro?
Simplesmente ninguém
Somos “muros”
Somos “rótulos”
Somos “externas denominações”
E co’elas nos confundimos
Línguas, profissões, partidos, religiões: os brinquedos de seus cidadãos
Não sei se a cidade é de fato bonita, ela que abriga [em sua maioria] almas mortas!
E cada qual a “cuidar e a zelar” por sua “bobagem preferencial”
É verdade:
E na agitação da grande metrópole parece que virou lei esta atitude de “se preocupar com bobagens”,
onde se dá a entender que muitos até têm uma "necessidade" por isto
E não é?
Todavia, esta “neurose” infelizmente marca também presença em pequenas cidades
E foi o que pude comprovar num pequeno município do interior de Minas, mais especificamente Curvelo,
quando estava passeando por lá
Uma manifestação “pró-Israel”, onde havia bandeiras deste país, juntamente com bandeiras do Brasil
E aqui eu torno a perguntar o que já questionei outras vezes:
Por que em algumas manifestações de atos políticos no Brasil têm bandeiras de Israel?
E naquela minúscula cidade (com 85 mil habitantes, diga-se de passagem) eu duvido que haja pelo menos
um judeu
Ah! “Abafa o caso” (como se diz na gíria)!
E passeando naquelas proximidades, noto uma pessoa em cima de um veículo usando um megafone e
incentivando um coro nacionalista
Bom, outra pergunta (e completando a anterior):
Que sentido tinha em realizar tal ato numa cidade pacata, marcada com sua simplicidade e tradições
e hábitos (de cidade pequena)?
Sinceramente, isto não entra na minha cabeça:
Levar o inferno para o céu!
Pois então, e só para dar aqui a minha opinião, eu percebi que Israel demonstrou dois momentos:
Como vítima, no início, quando foi atacado pelo Hamas, e posteriormente passou a ser o vilão da estória,
em função do que está fazendo [impiedosamente] com o povo da Palestina
E o mundo inteiro está assistindo isto, com indignação e revolta, com exceção, eu creio, dos brasileiros
simpatizantes de seu "ídolo" (principal representante da "Extrema Direita")
Bom, retornando no que se refere ao conflito no Oriente Médio:
E é outra coisa que eu, particularmente, não posso fazer nada, a não orar para que o milagre da sensatez
possa ressurgir naquele espaço infernal (ainda que muitos o consideram santo)
Bom, para quem está atento a tudo, impossível não perceber uma expressão nacionalista na Argentina
E, no mês passado, caminhando pelos espaços de Buenos Aires, me deparei com frases em cartazes
estampados nas paredes, postes e até nos ônibus coletivos, onde se achava escrito: “LAS ISLAS MALVINAS
SON ARGENTINAS”.
Lembrei-me naquele instante da “Guerra das Malvinas", a que se deu em 1982
Um conflito armado em que o Governo argentino iniciou contra a Inglaterra, alegando a posse das Ilhas Malvinas
Na verdade, se tratava de uma tentativa de desviar a população quanto a problemas internos no devido país
E naquela época eu me recordo que na escola (onde eu estudava) foi feito um debate sobre a questão
das Malvinas pertencerem ou não à Argentina, sobretudo levando-se em conta a sua proximidade
É isso ai! Somos sutilmente levados ao mecanismo da “identificação política”, onde se cria um ambiente entre
os que apoiam certas bandeiras, enquanto outros condenam
E digo agora, prezado leitor, que eu nem sabia da existência de tais ilhas até o momento em que começou
a guerra (a qual durou mais ou menos dois meses e meio)
Meu querido, caso venha visitar Buenos Aires, darei aqui um conselho amigo: “Não se envolva com isto”,
para o teu próprio bem lhe digo
Até porque isto não é da nossa conta
O argentino é nacionalista ao extremo
Só para se ter a título de conhecimento, no curso de “Medicina” uma das matérias é “História da Argentina”
E eu aproveito para dizer que me arrisquei em fotografar o que estava na lateral de um ônibus a respeito das
Ilhas Malvinas (considerando que sou estrangeiro)
E ali também eu me portei como nos outros lugares:
Assistindo com estoicismo, e não me envolvendo com o que não me diz respeito
Resumindo:
Não se envolva com coisas que não irão fazer nenhuma diferença em sua vida
Será melhor assim
Sobretudo, se você não pode mudar uma situação
Pois bem, passeio por mil cidades
A perceber com atenção seus habitantes, seus moradores
A contemplar não somente lugares
A admirar também a alma de cad’uma
E também a avaliar o vital conteúdo e o pensamento delas
Um lugar não é somente ... um lugar
É o seu povo, sua consciência, seu espírito, sua alma
E assim eu vou seguindo ... pelo mundo
E o contemplo de forma estoica, mas não com indiferença
16 de agosto de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS (EM VIAGEM) POR CELULAR