A comédia é o sexo da comunicação

Nenhum tributo aos cômicos. A comédia pela televisão decaiu do ponto de excelência em que se encontrou durante o período de instabilidade. A modernização garantiu com o uso da técnica o mau desempenho da sátira no que diz respeito à leitura e sua essência enquanto teste do espelho das relações humanas. Sua missão.

Quer dizer, se é que isso quer dizer, ou pelo menos alerta: a comédia idiota pode disparar tolice com novo sentido da lógica oficializada. O riso cômico é o resultado da indústria da comunicação e ela rejeita a própria ambigüidade. Ela é em si um mundo ideal intocável. Não há lugar para zombeteiros. Sendo a televisão a ribalta do inconsciente coletivo (expressão da moda) há pelo menos um sinal. A celebração processual do riso pode deixá-la nua e a nudez opositiva sobre a grande permanência do sucesso do trágico como expressão real.

Ninguém faz retrospectiva sobre a morte dos grandes humoristas e há poucas considerações acadêmicas sobre essa atividade da arte. O cômico exímio é temido até mesmo depois. Redivivo poderia despertar a alma contra o reforço das convicções inúteis. A rapidez do consumo reage empregando a voracidade do novo enquanto defesa contra a crítica aos instrumentos opressores, assim deixados de lado. Ops.

Mergulhamos na sociedade da valorização do dinheiro, do aumento dos impostos em dose tripla com a diminuição de um só recurso (retaliação do sentimento de poder do estado ferido na sua vontade contra o indivíduo), etc.

O riso cômico é o resultado da indústria da comunicação que se vale muito mais da permanência do sucesso do trágico do que da reflexão rápida da comédia sobre o cinismo das representações. Pode parecer paradoxal o fato das telecomunicações representarem em si um desejo de abrangência segmentada da realidade. O seu primado e esforço. No entanto somente a comédia alcança tal finalidade. Sem necessitar redesenhar os conteúdos escamoteados da informação. E ganha totalidade na segmentação! É um mecanismo de inteireza no confuso arquipélago das segmentações. A comédia é o sexo de todo artifício. A humanização completa da informação quando exímia.