Ao lutar com suas amigas, Sailor Moon não oculta sua aflição.
A batalha contra o Caos: "Sailor Moon Cosmos" estréia dia 22 de agosto!
"O destino do mundo pode em dado momento repousar nas mãos de uma única pessoa. Se esta pessoa falhar, o mundo poderá se perder."
CLIFFORD D. SIMAK, escritor norte-americano de ficção científica, do século 20, na novela "O último gentleman")
A majestosa solidão da Princesa da Lua 🌝.
Através da plataforma Netflix, a duologia (dois desenhos de longa-metragem) "Sailor Moon Cosmos" (Japão, 2023) será lançada no Brasil em uma semana, dia 22 de agosto, e os "moonies" brasileiros estão alvoroçados.
O complexo universo ficcional de Sailor Moon foi criado em 1991 pela desenhista Naoko Takeuchi, na época com pouco mais de vinte anos e que até hoje está à frente da franquia, o que garante a fidelidade da nova obra.
"Sailor Moon Cosmos" baseia-se no quinto e último arco do mangá cujas edições originais são da década de 90 (no Brasil o mangá saiu na década passada). Agora essa história chega pela primeira vez ao cinema de longa metragem, coroando assim mais de 30 anos de trabalho da genial autora.
Naoko Takeuchi merece o Prêmio Nobel da Paz pelo muito que sua personagem representa como mensageira do amor ágape.
Galáxia versus Sailor Moon. Os olhos enormes da Princesa (contrastando com os olhos da vilã) são um sinal de pureza.
No confronto entre duas potestades igualmente poderosas... vencerá a mais decidida.
O argumento central de "Sailor Moon Cosmos" é transcendental. Não se trata de uma vulgar e violenta história de super-heróis contra super-vilões. A protagonista Usagi Tsukino, a Sailor Moon, não é violenta, não dá golpes nem odeia ninguém, tampouco tem músculos aparecendo através da roupa. Ela é doce e meiga, capaz de chorar, de se enternecer e mesmo de enrubescer. É basicamente uma heroína espiritualizada. No entanto, seus poderes são incomensuráveis. São os poderes da Luz.
Em "Sailor Moon Cosmos" a Terra é invadida por uma potência alienígena maligna, a Sombra Galática, vinda de longínquas estrelas e chefiada por Galáxia, uma "sailor" degenerada, imensamente poderosa e que se associou ao Demônio do Caos, em tese o mais poderoso dos demônios, portanto identificável com o Lúcifer ou Satanás da teologia judaico - cristã.
O ataque é tão poderoso que os governos da Terra serão impotentes diante desse poderio. Pior, as oito sailors planetárias do Sistema Solar, amigas e aliadas habituais da Princesa da Lua, tiveram suas mentes dominadas por Galáxia e se voltaram contra Sailor Moon. O próprio amado de Usagi, Mamoru Chiba, o Tuxedo Mask (Mascarado de Fraque), também teve a mente possuída pelo poder maligno e tornou-se inimigo de Sailor Moon.
Agora, tudo parece conspirar contra a Princesa da Lua Branca. A vitória de Galáxia parece inevitável: Galáxia, que a si mesma se intitula a Sailor da Destruição, e que busca o poder absoluto, inclusive matar Sailor Moon e tomar posse de suas armas místicas, como o Sagrado Cristal de Prata.
É a luta entre Cosmos (a ordem divina) e Caos (a desordem diabólica).
Será Sailor Moon um anjo disfarçado na Terra? As grandes asas emplumadas que lhe surgem na transformação final parecem confirmar essa hipótese.
Mas apesar de estar sozinha, a Guerreira do Amor e da Justiça não desiste de lutar. Ela percebe que "Essa batalha é diferente das outras". O inimigo é mais poderoso, ao mesmo tempo em que Sailor Moon já não tem ajudantes. Pelos simples cálculos humanos tudo está perdido: Sailor Moon morrerá e a Terra cairá sob o poder das Trevas.
Mas Sailor Moon não se baseia apenas em cálculos humanos baseados nos fatos aparentes. Ela sabe raciocinar com a sabedoria de quem tem uma percepção metafísica dos acontecimentos e sabe filosofar: "Se eu não fosse uma sailor guerreira... os meus amigos teriam me dado a mão?"
E além disso Usagi Tsukino conhece o futuro, ela já esteve lá. Tempos atrás Chibiusa, a filha futura de Sailor Moon, viajou no tempo, por estar de posse da chave do tempo, e assim a Princesa da Lua conheceu a filha antes dela ser gerada.
A Terra do futuro sofrerá o ataque do grupo sedicioso conhecido como o Clã da Lua Negra e, na emergência, o cristal de prata sumira.
Chibiusa pede ajuda à Sailor Moon do passado, que vai com ela e a equipe ao futuro.
Sailor Moon resolve tudo e fala consigo mesma, o que normalmente é vedado por um tabu do tempo.
Resumindo, nesse tempo do porvir Sailor Moon e Mamoru Chiba são a Rainha e o Rei de um reino de paz, amor e justiça, a Tóquio de Cristal.
A existência desse reino futuro desmente a desgraça do presente. Por isso Sailor Moon filosofa: aquele reino, aquele amanhã... não passam de ilusão? Se ela for morta, aliás, nem poderá gerar Chibiusa. O futuro então mudaria?
Isso seria um paradoxo temporal e Sailor Moon não crê nisso. O reino que ela viu no futuro é sólido, ela falou com pessoas de carne e osso, lutou contra inimigos. Aquilo não pode se esfumar num passe de mágica.
Por isso ela conclui com esperança:
"Eu acredito que haverá um futuro para todos nós."
Galáxia, portanto, será derrotada contra todos os cálculos humanos.
Parece uma missão impossível: purificar as oito sailors do Sistema Solar e o Tuxedo Mask, recuperar sua equipe, livrar a Terra do caos, destruir o exército de Galáxia e derrotar a própria Sailor da Destruição... mas Sailor Moon crê, e quem crê pode tudo...
E assim a Princesa da Lua Branca parte para a sua BATALHA SOLITÁRIA para proteger a Terra e a Humanidade. Porém, acabará tendo ajuda. Chibiusa, sua filhinha do futuro, virá ajudá-la. Mesmo sendo uma criança, Chibiusa é uma sailor e já dispõe de poderes incipientes mas que podem se somar aos de Sailor Moon. E ainda surge a misteriosa Chibi Chibi, espécie de anjo em forma de criança, que desce do céu com um guarda-chuva (como Mary Poppins) e se une a Sailor Moon.
Nas vinhetas de propaganda pode-se ver uma cena rápida onde Sailor Moon está lutando e mostra espanto por se ver ladeada por duas crianças, Chibiusa e Chibi Chibi, que também lutam com o poder da Luz.
A TERRA SERÁ SALVA PELA INOCÊNCIA?
Sailor Moon ladeada por Chibiusa e Chibi Chibi.
Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2024.