Leitora de mim

Já que as quintas-feiras ficaram conhecidas como o dia de revisitar memórias - ou, no vocabulário das redes sociais, throwback thursday - decidi buscar algumas crônicas antigas e reler. Ou ler mesmo, já que não tenho o costume de voltar aos textos que escrevo depois que finalizo.

Li principalmente textos escritos entre os anos de 2009 e 2011, quinze anos atrás. Uau, o tempo realmente passa. Só que os escritos permanecem, e, neste caso, que bom: foi ótimo reencontrar essa Carol jovem adulta. E o quanto suas palavras, vindas do passado, falaram com a Carol do presente… Aposto que ela não imaginaria isso.

A escrita permanece presente em minha vida. Em alguns momentos com mais intensidade, outros menos, mas sempre ali, firme. Na época em que escrevi os textos que li hoje, eu era uma jornalista recém-formada, que trabalhava em redação e, portanto, escrevia bastante, todos os dias. As crônicas eram um momento em que eu podia escrever sobre o que quisesse, uma pausa na correria das notas e notícias do horário de trabalho, produzidas com agilidade e nem sempre sobre assuntos que me interessavam.

Qual o assunto que mais me interessa? Isso não mudou nesses 15 anos: a vida. O simples, o cotidiano. O acontecer da vida não tem nada de óbvio ou banal, pelo menos não para mim, que busco beleza e significado em tudo o que vejo. E sim, as viagens de transporte público ainda são momentos de grande inspiração… Ainda bem que mantenho o costume de ter sempre caderno e caneta na bolsa!

Ao revisitar minhas crônicas, me estranhei, me surpreendi, mas também me reconheci. A essência daquela Carol permanece, apesar de, hoje, outros assuntos despertarem mais meu interesse. Menos conversas sobre beleza ou amores, mais sobre maternidade e amadurecimento. Um pouco menos filosófica, um pouco mais realista, experiente.

Mas no fundo, a mesma amiga das palavras. Ontem, hoje e para sempre.

Carol Porne
Enviado por Carol Porne em 15/08/2024
Código do texto: T8129638
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