CIVILIZAÇÕES

Pela idade que a Terra tem e pelo tanto de tempo que Espécies humanas estão a povoa-la, se pensarmos um pouco dá para concluir que sociedades, tão ou mais avançadas do que a nossa, já existiram e de que houve interação entre elas, como aconteceu nas expansões dos impérios, nas conquistas de territórios, nas navegações quatrocentistas e hoje com a globalização e redes sociais.

Não importa a nacionalidade ou quanto estejamos distantes da origem, pois através dos meios de comunicação temos conhecimento, agimos tal e qual ou alteramos as práticas das mesmas atividades, contamos as mesmas histórias, cantamos as mesmas melodias, usamos os mesmos produtos e coisas, adotamos vestuários, cardápios, praticamos costumes e religiões sem nos darmos conta de onde vieram e quais os seus significados originais.

Milhares de artigos científicos ou especulativos já foram escritos tentando fazer a associação entre os símbolos, as construções, as lendas e as religiões praticadas na mesopotâmia, na Índia, Egito, México, Perú, Grécia, entre os europeus do Norte, africanos em geral e demais povos ditos originários das Américas, mas até agora não vi ninguém defender a ideia de que já tivemos outras civilizações adiantadas, que praticaram a mesma globalização dos dias atuais, mas que por qualquer fatalidade, tenham se desmantelado e que os seus sobreviventes, através da tradição oral, transmitiram os poucos rudimentos da realidade, das técnicas de construção e escrita que, por estarem restritas aos privilegiados, se perderam com as mortes deles.

O ser humano é e sempre foi mesquinho quando se trata de transmitir o conhecimento.

As leis do direito autoral são um bom exemplo para essa afirmação.

Portanto não é de causar espanto que o mesmo tipo de construção piramidal que ocorre por todo mundo tenha sido restrito a uma casta privilegiada de construtores que, requisitados e muito bem remunerados, construíram as pirâmides que hoje nos causam admiração e são motivo de toda espécie de especulação, inclusive alienígena.

Até o século XIX, quase a totalidade da população era analfabeta, portanto justifica-se a impossibilidade da transmissão de como ler e entender os sinais dos hieróglifos, runas, cuneiformes e outros tantos alfabetos ou ideogramas, e as alterações de significado das palavras, tanto pelo uso como pela distância dos centros de excelência. O exemplo mais próximo que temos é a transformação do Latim nas várias línguas românicas, sendo o nosso Português a “última flor do Lácio, inculta e bela” conforme escreveu Bilac.

Mas por ser um bom motivo de conversa, temos as improváveis visitas dos óvnis para transmitir conhecimento ao ser humano carente de tudo. Ainda que para isso tenhamos que desconsiderar as distâncias astronômicas entre os corpos celestes, que são medidas em ano-luz, igual a 9,46 trilhões de km.