Lápide
Te vi ontem nos meus sonhos,
Sua voz gentil estava estranha,
Era o giz que ao quadro arranha,
Riso de hienas em savana.
Foi feito freio brusco no asfalto,
Som de acidente com final trágico,
Tal qual atrito de aço e aço,
Tua melodia deixou-me pasmo.
O seu falar foi escondido,
Tão pavoroso foi o sorriso,
Por ouvir um som tão repulsivo,
O acordar foi um alívio.
Senti-me bem ao despertar,
Te visitei pra relatar,
E trouxe flores para enfeitar,
Onde estás a repousar.