SOBRE O POEMA NO TEMPO DO ABRAÇO, escrito em 14 de Agosto de 2020 (ou uma reflexão profunda sobre compreensão, Amizade e Compaixão)
HOJE o dia está igualmente cinzento, um Cacimbo diferentão. Desde quando voltamos de férias, eu e meu tão amado esposo-amigo Jorge Rafael. Ontem falávamos sobre esse cinzento Cacimbo, comentamos sobre tantas situações que passamos nesses 10 anos de estarmos juntos e comprometidos, aqui e na Terra. Foi uma excelente conversa.
Durante o dia também pensei bastante. Hoje em dia, GRAÇAS A DEUS ao Reiki e a minha escolha, penso e continuo silenciando. Quando a barulheira quer imperar, leio três livros ao mesmo tempo. Dá resultado positivo.
Quando a coisa quer dar para o torto, ligo para Neide (minha irmã de "SumPaulo"), ou para Suzete, ou para minha prima Vivi, ou para as Cristinas. Tenho duas Cristinas profundamente necessárias na minha vida. Acho que elas nem sabem.
Suzete e eu somos amigas desde meus idos 18 anos (estou com 53). Suzete já sabe que tem angu no caroço a partir do meu “oi”. Ou mesmo, a partir do silêncio. Ela outro dia disse que “estava de olho em mim”. Indicando que estava atenta.
Tenho tentado falar mais demoradamente com Liégie, minha amada Mestra em Reik (canalizadora do Reiki de Mãe Maria). Reconhecemo-nos irmãs em 2020, quando estava treinando Reiki na Turma Inicial de Mestre Oriva (Espaço Holístico AOR). Estamos devendo um tempo longo de conversa, igual quando fizemos na época da panloucura. A gente ficava horas a se fazer companhia e a estudar sobre o Reiki. Sou grata infinitamente a Deus e ao Mestre Oriva, que NOS reaproximou. Ele costuma dizer que somos irmãs de Alma. Acredito.
Sabe, igual naquele Poema de Vinícius, tenho Amigos que não sabem a necessidade de eles existirem em minha vida. Mesmo silenciosamente, estão presentes. Um dia desses, a passar roupas, falei em voz alta com Janaína. Sério. Conversei muito com ela. Ela que tem uma experiência de vida muito rica, já viajou muito e vive estudando.
Vivi é Elvira. A gente tem entendimento grande sobre viver num outro lugar, bem distante daquele em que nascemos. Não é verdade que arrancamos nossas raízes. Ela anda estudando sobre Árvores, eu ando estudando Energia. Tá tudo junto. É tudo junto.
As Árvores, por exemplo, se comunicam através das raízes. Segundo pesquisas "as árvores conversam entre si, têm 'sentimentos' e inclusive se comunicam por uma espécie de 'internet' da floresta." Já pensou? Quantas delas devem recordar de suas matriarcas a serem arrancadas sem dó nem piedade... Bicho homem predador de si mesmo. Quanta loucura por pouca vida...
Mas não quero falar sobre essas mazelas, quero falar sobre bonitezas desse dia cinzento que me levou para o dia cinzento da postagem que trago à tona. O poema, escrevi olhando para o retrato dos dois. Uma montagem que minha mãe encomendou para um Mascate Fotógrafo. Era assim que se fazia. Lembro-me do dia dessa encomenda. Tinha uns sete anos de idade, ou mais. Não sei exatamente.
O fotógrafo foi muito deselegante e disse: "é a Sra. Mesmo?!! Puxa, como a Sra. mudou". Acho que até falou que não parecia ser a mesma pessoa. Eu criança, achei uma grosseria. Percebi que mainha murchou, até ficou reticente em continuar a fazer a encomenda. Ele apressou o Recibo e deu a via do cliente (pagamento em algumas vezes).
Dali a alguns dias chegava o Quadro deles dois. Ficou ótimo. A foto é mesmo assim, fiou mesmo idêntico. Excelente trabalho. Minha mãe muito satisfeita, pediu para fincar na arede da sala. Até hoje está lá. É uma marca do tempo na casa de mainha e painho. De vez em quando mainha passava e falava: “quem foi Regina…” Deixando escapar a fragilidade de sua autoestima…
Um dia desses ela disse que as filhas estão envelhecendo bem até, que ela descambou de vez… Fico triste de perceber que ela não conseguiu estar bem consigo mesma durante quase a vida toda. São marcas dentro de mainha que nunca cicatrizaram, coisas não ditas ou não escutadas. Talvez por isso ela goste de mexer com planta, planta ouve e escuta.
Nesse dia de hoje, Cacimbo mais do que cinzento, estive a conversar com algumas plantas que adquiri. Elas ouvem sim e escutam sim. Ontem falei uns minutos com Alegria Alegria (planta mais nova), que o cacimbo era necessário e que ia colocá-la na janela para ver o tempo passar. Hoje ela amanheceu melhor. Percebi que temos de cuidar de nosso Tempo da Delicadeza pessoalmente. Alimentar nossa essência com o melhor que pudermos (fisicamente também). Abraçarmo-nos. Porque se não for assim, a gente só se alimentará de bagaceira (sobretudo Espiritualmente).
Acho que divaguei bastante nesse texto sobre o texto NO TEMPO DO ABRAÇO. Mas não… Estou falando sobre o mesmo tema, variando bastante. Mas é sobre o mesmo tema: é sobre compartilhar, partilhar, ser escuta, falar, ser o tempo de espera e aceitar mudanças, é sobre AMAR-SE, amar, trocar nutrientes ao invés de roubar nutrientes (ou até mesmo roubar ou matar, Árvores inteiras, Esperanças, Fé…). Estou falando de aceitação, cooperação, de silenciar-se, resiliência, de boa-fé.
Estou reiterando o poema NO TEMPO DO ABRAÇO, escrito por mim, para mainha e painho, em 14 de Agosto de 2020. Estou revalidando cada palavra do poema, sobretudo, estou revalidando a essência do poema, a mensagem, em sua integridade e intenção.
Solineide Maria
Luanda, 14 de Agosto de 2024.