O padre que só realizaria casamentos com casais que não se amavam

Tenho firme convicção que você não entendeu o título. Leia novamente...! Agora sim!

No estado do Paraná há diversas cidades em que predomina a origem ucraniana. Em uma delas, que tem hoje 75% da população com essa ancestralidade, os fiéis fazem parte da igreja ortodoxa cristã, que não reconhece a autoridade do papa. Maiores informações aconselho a buscarem no Google.

Aqui começa nossa história. Na década de 1980 chegou nessa cidade o novo padre chamado Bukosvisks. Não tenho informação sobre seu primeiro nome e nem se veio diretamente da Ucrânia, mas falava razoavelmente bem a nossa língua.

Em sua primeira missa comunicou que não casaria casais que se amavam. Disse tratar-se de bobagem. Que o casal estava interessado mesmo era em sexo e numerou alguns itens que deixou algumas respeitáveis senhoras com o cabelo arrepiado. Que amor eterno era coisa de romanos de séculos passados e nada do “agora pode beijar a noiva”. Que após oito anos de casados e já com quatro ou cinco filhos, ambos estariam arrependidos. Que o amor verdadeiro, paixão mesmo, se daria com a chegada dos netos, pois estavam orgulhosamente diante da continuidade deles. Eles eram responsáveis. Para encurtar a história o padre foi substituído 11 meses depois em razão da formação de uma associação de pais com filhos (as) aptos a casarem. E que se amavam. Essa associação fez chegar ao superior uma carta sabe Deus dizendo o quê. Quer dizer... dizendo o que aqui foi dito. E o padre ganhou o apelido de Bokó.

Um amigo escritor ucraniano irá até essa cidade brevemente para pesquisar sobre a história de seu povo no Brasil.

Pretendo ir junto. Quero saber se o padre Bokó (que Deus me perdoe) realizou ou não casamentos com esse perfil. Se encontrar o ‘sim’ perguntar até onde ele tinha razão. E se o ‘Bokó’ era uma abreviatura do nome ou um desagrado.