ESPERANÇA
Esperança
Cardoso I.
Outro dia, a esperança pousara na varanda da minha casa.
Desta vez, acompanhada de centenas de esperanças, todas com a mesma cor.
Esta esperança, assim como o sentimento, jazia para longe por um longo período. Nem mesmo acreditara que ela voltou.
Foi somente quando a vi pousar na árvore da varanda de casa que finalmente pude soltar uma exclamação de louvor: uma esperança!
Nesse instante, enchi o peito de orgulho e gritei bem alto para que minha mãe pudesse vir olhar.
- mamãe uma esperança acabou de pousar na árvore.
Prontamente mamãe veio às presas e , lacrimejava sem parar, estarrecida de felicidade com a visita surpresa.
Não vamos fazer barulho, ela poderá voar para longe, falei em voz baixa.
Acontece que essa esperança, a que pousará na árvore, era um inseto verde, um louva-Deus . O inseto brilhava entre o contraste dos troncos.
E aos poucos, outros iguais foram surgindo.
Era uma família!
Mamãe e eu ficamos tão felizes, pois a muito tempo que a esperança não dava sinais em nossa casa.
Daquele dia em diante, nunca mais nos sentimos tristes ou vulneráveis.
Sempre que podia, íamos para a varanda afim de apreciar a chegada da esperança, tanto do inseto como também do sentimento.
Pois, após um longo perido de crise , logo que papai morreu, a casa era envolta de luto e de um sentimento de melancólia interminável.
Mas agora, com o surgimento do inseto, aquele de cor esverdeada, símbolo de esperança, entendemos que o luto passaria e jamais nos estaríamos sozinhas.
Papai deu sinal através da esperança. Finalmente em nossa casa o sentimento reinava novamente.
E a esperança fez morada permanente em nossa varanda e em nossos corações.