DEUSES SAFADOS
Decididamente, os deuses do futebol comprazem-se em ser safados e injustos com dolorosa frequência.
Eis que o magnífico Fluminense F. C. escala o que tem de melhor, produz mais do dobro de finalizações que o adversário e deixa de classificar-se na Copa do Brasil. Torneio que já poderia mudar de nome, pois o que resta do Brasil sem o Tricolor das Laranjeiras?
Vá lá que nossos laterais não repetiram o positivo desempenho que exibiram no jogo anterior, contra o Bahia, nesse mesmo templo do Maracanã.
Vá lá que nossa defesa falhou no primeiro gol, meio relâmpago, e também no segundo, já no final.
Nada disso justifica, no entanto, a fúria e o descalabro divinos de punir uma equipe com mérito suficiente para reagir e empatar o jogo em dois minutos nos acréscimos. Os dois gols da igualdade, por sua beleza, deveriam haver contado como cestas de basquete, de modo a assegurar-nos a natural classificação.
Mas não! A cegueira dos deuses do futebol e de toda a burrocracia que cerca o nobre esporte deram-se por satisfeitas em prestigiar o Sobrenatural de Almeida e encerrar uma partida que urrava, chorava e suplicava por desfecho distinto e digno da autêntica Glória.
Calem-se, porém, as hienas de plantão que vivem a vociferar e a rir sobre os cadáveres valorosos do nosso futebol! A hora da verdade e da redenção triunfantes virá.
Avante, Fluzão! Ave, Nelson!
Brasília, agosto 2024.