In nomine...
– Há algo de teu pai com Você?
A voz interna me pergunta. Estou a trazer de volta duas camisetas e uma jaqueta bem usadas que ficaram na casa antiga. A jaqueta eu usei ad nauseam (fora dada a mim por minha ex-namorada/companheira alguns anos atrás). As duas camisetas eram de meu pai. Eu não consigo responder a essa pergunta, por N motivos. Há o que eu chamo de "cruzamento de raios", isto é, uma circunstância em que há confusão e desentendimento pela qual venho passando há quase três meses. Logo, não sei responder a essa questão em específico. Se meu pai está morto, nada do que lhe pertencia lhe pertence mais. Mas tento responder agora, sob o aspecto da praticidade: há lembranças que eu tenho dele. Quero me referir principalmente às boas e às neutras. Se eu pudesse voltar no tempo e evitar que tanto minha mãe quanto ele tivessem morrido, eu o faria. Mesmo que eu tivesse que barganhar minha vida com o Senhor Tempo.
Pai, não há nada teu comigo. Nada de material. Nada de material que chegue a ter a importância das boas lembranças que carrego de ti.
(A Velha Guarda merece uma celebração em que o nome de cada um deles seja lembrado com Honrarias. Sr. Wellington, Sra. Dalva, Tia Marlene... Acho válido fazer isso com algumas pessoas importantíssimas presentes. A Velha Guarda vive. Vive Eterna em Nossos Corações. Um Brinde à Velha Guarda – nossos Antecessores. Por tudo o que fizeram por nós. Salve, Salve, Velha Guarda!)