O BRINQUEDO DAS PALAVRAS
Fico muito feliz com os comentários dos leitores de meus textos. Nesse final de semana uma leitora disse que eu brinco com as palavras, mas isso não é verdade, pode chamar o VAR que será provado o contrário, quem brinca, nesse caso, são as palavras comigo.
Elas fogem de mim, se escondem, vêm e voltam, me rodeiam, depois somem todas, num pique-esconde, pega-pega, cabra cega, ciranda e vai-e-vem. Elas fazem gato e sapato de mim e eu tento pegá-las, algumas poucas eu consigo, outras são mais espertas e não me deixam nem chegar perto.
São tantas palavras fazendo de minha cabeça seu parque de diversões que às vezes a lotação esgota e eu preciso sair do ar um pouco. Mas eu gosto dessa brincadeira, me disponho a ela com carinho. As palavras, mesmo me fazendo de bobo às vezes, são ótimas companheiras que tenho, me dão alegria.
Quando começamos a brincar, e não tem hora para acontecer, me entrego a cada palavra que aparece, pouco me importando se é a mais difícil ou a mais fácil, todas são bem-vindas, até as que desconheço seu significado, o que logo resolvo com uma consulta ao dicionário, onde elas moram, e então nos tornamos grandes amigos.
Por falar em amizade, sou amigo, além das palavras, das letras, pontos e vírgulas, acentos e até dos espaços, que toda bagunça ordenam. Afinal, sou escritor por gosto e amor, quando escrevo estou no meu lugar, junto com as melhores companhias e sou feliz, mesmo sendo o brinquedo de tantas palavras que não me abandonam, por nada.