CALAMIDADES DA GUERRA

“Quem terá pena de você Jerusalém? Quem terá compaixão de você? Quem se voltará para perguntar como você está passando? Você me abandonou – oráculo de Javé-, virou as costas para mim. [...] Estou cansado de ter piedade. [...] Em pleno meio-dia mandei o invasor contra a mãe do jovem guerreiro [...] fiz cair sobre ela o medo e o terror. Está abatida a mãe de sete filhos, e sua vida desfalece” [...] (Jr 15, 5-9)

Penso que nós seres pensantes e inteligentes não imaginavam em pleno século XXI, num mundo evoluído tecnologicamente, estarmos vivenciando guerras aqui e acolá ceifando vidas, destruindo cidades, sonhos, impedindo de pessoas circularem livremente em seus bairros, caminharem em praças e jardins pelo medo de serem alvejadas por uma bala “perdida”, um torpedo, ou até mesmo pelo som ensurdecedor das rajadas de metralhadoras, “sinfonias bélicas” que ninguém desejaria estar ouvindo naquele instante desesperador. O que nos entristece é que o ser humano ainda não aprendeu com as experiências do passado, pois o caos que uma guerra provoca é estarrecedor.

Creio que alguns dirão, no mundo em que vivemos sempre houve guerras e sempre haverá, basta folhear os livros de histórias, eles nos mostrarão números infinitos de conflitos que ocorreram no decorrer evolutivo deste ser Homo sapiens. Sim é verdade e não há como negar, porém estamos no terceiro milênio e o homem continua desconcertado quanto aos seus objetivos neste planeta. A ganância pelo poder seja ele, político, comercial, territorial ou religioso ainda ronda os mistérios do cérebro humano.

Em seus primórdios lutavam pela fêmea, pela comida, pelo espaço. Com o passar do tempo sua inteligência foi concatenando ideias, daí surgindo vontades próprias, interesses individuais, necessidades de criar deuses para “justificar” atitudes de manipulação diante de um grupo, de um clã. Desta forma o homem começa a sentir a necessidade e importância de ter o poder sobre os demais provocando entre os seus pares formações de grupos distintos cada qual com interesses diversos que ao longo da história promoveram verdadeiras batalhas entre si. Em alguns momentos inimigos ferrenhos, em outros se aliavam para destruir e fazer outros, seus conquistados.

Hoje o mundo está aflito com as guerras no oriente, no leste europeu, no continente africano, onde a curto prazo não se vê possibilidades de uma trégua ou mesmo encerramento total, onde a paz possa reinar entre estes povos sofridos e combalidos em sua estrutura emocional, moral e econômica. Vê-se “apoiadores” e “críticos” de ambos os lados perdidos sem apresentar soluções para o conflito. É muito discurso e pouca solução, nos levando em momentos de tristeza, imaginar que o momento está mais propício a venda de armas para ambos os lados do que encerrá-lo, afinal para quem as empresas bélicas venderiam suas armas se não houvesse guerra? Pertinente interrogação.

Quem terá compaixão de ti, homem errante? O terror e o medo estão destruindo o que de mais sagrado tens: o amor-próprio, a paz interior, a liberdade de ir e vir para onde tu desejares, a moral, o caráter e a ética. Construíste naves espaciais, vacinas para curas diversas, trens velozes, tecnologias onde é possível falar instantaneamente com o outro em qualquer canto deste planeta. Te deste a possibilidade de conduzir uma videocirurgia em pacientes distantes como também operar um ser na barriga de sua mãe. diante de toda esta evolução tecnológica, não consegues construir a PAZ? O que te falta homem para chegar a este patamar simples? FÉ? HUMILDADE?

“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5-9)

Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 04/08/24

valmir de sousa
Enviado por valmir de sousa em 04/08/2024
Código do texto: T8121837
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