Sobre as bochechas amigas
Estava, há pouco, lendo as Memórias Póstumas de um certo Brás Cubas; como são, aliás, lúgubres ainda que o texto seja de uma exuberância de vida tal! Alfim, aprendi meia dúzia de expressões cultas que, neste ínterim de minha vida, não usarei. Dentre elas, a expressão da língua avó: Tempora mutantur. Depois disso, escanchei estas pálpebras de "minhas retinas tão fatigadas" às mudanças "numa sempre diversa e constante realidade" e, um pouco aturdido pelas velhas novidades, percebi que os progenitores dos progenitores dos meus progenitores nunca haveriam de tocar as bochechas duma caríssima mulher amiga; as toquei eu, porém. Digo mais: as apertei. Ainda: as dei uma sacudidela. Mas – tu perguntas – e ela? Creio que gostou, ou se não, inobservou problemas, só que antes permitira: como deve ser.
1° de Agosto de 2024.