EDUCAI AS CRIANÇAS

EDUCAI AS CRIANÇAS

Criança, símbolo da inocência, da esperança, seus ruídos são como um acordar com o cântico dos pássaros, bem como os seus risos e folguedos; tudo enseja em nós a lembrança de uma infância que de há muito se foi.

Dia após dia, estamos tirando da face dessas crianças a alegria de viver, pois em seus rostos já não existe mais esperança, mas, sim as marcas do sofrimento e da dor; com demagogia fizeram para elas o Ano Internacional da Criança, com mil promessas, propaganda e nada de concreto foi realizado; elas continuam famintas, desprezadas, humilhadas, sem escola, ajuda, remédios, lar e família; passam anos, governos e governantes e elas continuam a ser objetos da exploração demagógica e da incompreensão dos homens.

Nascidas nas partes mais pobres e de maior carência, crescem subnutridas, doentes e na maioria das vezes em condições de promiscuidade; não têm noção de higiene, educação ou comportamento, visto que as pessoas com as quais convivem, não oferecem a elas os requisitos para crescerem física, moral e intelectualmente.

Chegam à juventude com muitos vícios, marcas e cicatrizes que jamais serão apagadas de suas mentes, pois não tiveram momentos de amor, atenção e amparo e iniciam a sua vida de crimes e perversões; passam a viver à margem da sociedade, esta mesma que lhes negou oportunidades e que é tão severa em reprovar os seus crimes e desvirtuamento.

Elas que simbolizavam o futuro, agora é o grande problema dos governantes, pois fazem parte dos milhões de seres humanos abandonados pelos governantes, pais e sociedade deste imenso e querido país.

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens” é a grande verdade que se conhece, mas que teimamos em ignorar; queremos pena de morte para elas e justiça para reparar os crimes por elas cometidos, mas não queremos pena de morte para aqueles que as atiraram nesta situação, negando-lhes tudo, mesmo os direitos mais comezinhos.

Quando a sociedade e governantes tiverem a acuidade de que elas não foram feitas assim, mas foram condicionadas a viverem desta maneira, então haverá réstia de esperança de um novo amanhã para elas e para todos nós, enquanto se teimar em não dar às crianças o que lhes pertence, não haverá a menor chance em diminuir a onda de crimes; enquanto perdurar a disparidade entre riqueza e miséria, não haverá, em hipótese alguma, a perspectiva de dias melhores.

Elas nada pedem, senão o que delas tiraram: o direito de viverem como seres humanos, amadas por Deus e odiada pelos homens, esses mesmos que dizem amar a Deus, que fazem benemerência, que visitam creches e asilos, mas que nos seus negócios, projetos, atuação política e até mesmo religiosa, principalmente quando ferem os seus interesses, lesam e roubam a criança nas suas oportunidades de terem o que a sua dignidade merece; não há motivos para lamentações pelos crimes das crianças de ontem se nada fizermos para amparar as crianças de hoje, esperança e futuro do amanhã.

JOSE BENEDETTI NETTO

jose benedetti netto
Enviado por jose benedetti netto em 11/01/2008
Código do texto: T812139