ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEM MUNDIAL
Gostaria de consultar algum (a) astrólogo (a) e, acredito que só assim será possível explicar tamanha proliferação de ditadores pipocando em todos cantos do mundo.
Quem não lembra do discernimento de Luiz XIV, popularmente conhecido como Rei Sol, esse sim, se tratava de um déspota esclarecido, e propalava aos quatro ventos, frases que se tornaram atemporais: “o estado sou eu”, ou mesmo “é bom, porque eu gosto”.
Teve o tempo que as Américas Central e do Sul não passavam de republiquetas de banana, manipuladas descaradamente pelo tio Sam, que depunha ou elegia presidentes ao seu bel prazer, e haja prazer!
Veio então o momento da dualidade entre estadunidenses e soviéticos, cada um a sua maneira, cooptando nações a fazer parte de sua nova percepção de mundo, e por pouco não vivemos um segundo momento atômico, tendo a Cuba de Fidel como estopim da desavença.
Com a desagregação da União Soviética, russos, apesar de todo poderio bélico, perderam seu protagonismo e ianques passaram a monopolizar encrencas internacionais, que começaram lá no distante sudeste asiático e se prolongaram mais tarde pelo oriente médio e o oeste da Ásia.
O Brasil e principalmente os países do Cone Sul depois de vivenciarem os horrores do regime de exceção, davam a nítida impressão, que estariam imunes ao canto da sereia da caserna.
Ledo engano, e o capitão Messias é a prova escarrada de que vinte anos de ditadura não foram suficientes para traumatizar uma nação inteirinha, e que uma parcela significativa da população, voltasse apoiar o retorno dos militares ao poder, desta vez pelo voto democrático.
Felizmente, ao final de quatro anos, boa parte desses eleitores deu à mão a palmatória e voltou a eleger um representante civil e de esquerda.
Por outro lado, os estadunidenses que nunca tinham estado sob a batuta de um empresário ditador, provaram desse veneno pela primeira vez, por pouco, muito pouco, pouco menos não viram sua histórica democracia descer líquida pelo ralo da história, através da invasão e depredação do lendário Capitólio, sob ordens do derrotado e tresloucado presidente.
É claro, que fatos inéditos como esse servem de pura inspiração para déspotas de segunda categoria, como nosso execrado capitão, que depois de ser o responsável direto por mais setecentas mil mortes na pandemia e o malfadado retorno da fome e do desemprego em escalas nunca atingidas, ainda teve o descaramento, de unido à turma da caserna tentar seguir o recente modelo ianque, o manjado golpe militar, que no Brasil veio a reboque da proclamação da república.
Essa onda de retrocessos passou então a ser mundial, não é só o Trump que preconiza uma América Grande, como foi no passado, invadindo e comprando territórios vizinhos. O ditador Russo age hoje como se estivesse no túnel do tempo do pós segunda grande guerra, e a bola da vez, foi muito bem escolhida, a Ucrânia conhecida como celeiro de grãos da Europa, e porque não de parte da Ásia.
Israel, através de seu primeiro ministro ditador e sádico vem demonstrando ao mundo, que a ONU perdeu de vez o pouco que lhe restava de moral, e continua impávido a dizimar o povo palestino da Faixa de Gaza, pouco se importando com as deliberações do alto comissariado da agência internacional, e se mantém seguindo ao pé-da-letra atitudes do presidente russo.
Para piorar a situação, mais um ingrediente entra nessa consolidação desse bolo autoritário, o avanço da extrema direita na Itália, França, Alemanha e Hungria.
Como a América do Sul também faz questão de participar dessa volta ao passado, além das travessuras do capitão Messias, nossos hermanos elegeram um perturbado déspota para chamar de seu e se juntar ao capitão golpista.
A Venezuela persiste sob a linha dura de Maduro, que mais uma vez montou uma eleição, para democraticamente se manter no poder por mais um mandato, e mandou voltar para casa todos embaixadores de países, que não engoliram sua farsa eleitoral.
Dito isto, volto ao questionamento inicial, seria possível uma explicação astrológica para toda essa confusão na nossa nave mãe?