Ou você é ou não é.

Todas as vezes eu fico tentando ser de outro jeito, ter outra forma de reagir, mas me pego pensando se tem outro de jeito de agir, quando você sente que estão agindo errado com você. Fica algum espaço para que você seja diferente, se sendo quem foi você chegou onde chegou?

O medo de tudo é ter que chegar no final, depois de ter sido condescendente como sugerem, ser calma, compreensiva...pra quê? Pra no final comprovar que 'comportamento novo não faz novo ser humano'.

Não me adianta esperar uma atitude nova minha ou de alguém. No fim ninguém vai mudar. Quem fingiu ser compreensivo sem ser, vai acabar ruindo... Desaba.... Volta sem voltar. Viu que não dá p sustentar uma máscara de compreensão. Isso serve pra tudo, não apenas no comportamento de se dizer compreensivo, mas em ser compreensivo de fato. Assim como quem está tão entranhada num comportamento impulsivo que muitas vezes nem compreende a razão de ser assim. Então, nesses casos de impulsos, o melhor a fazer é largar de mão. Deixa estar. Penso tudo isso e vou para o sol, fico parada e esperando que o calor me sugira na pele algo diferente. Tentar, ser calma, ouvir, não ser impulsiva, não ser pura emoção. No entanto só ecoa a ameaça "eu não sou o mesmo" e eu penso no serviço que é o silêncio como uma resposta. Então ecoa no meu pensamento a resposta-pensamento que no comportamento calmo e compreensivo se cala e diz muda: "você é. " O problema é que responder no pensamento não é efetivo. Você escuta e constata que o outro verbalizou, e se ele verbalizou, por que não eu? Por que que eu não verbalizo TB?

E brado: pois eu sou. Eu sou eu. Eu sou a mesma.

É isso que sou.

Fica um silêncio, eu choro. Sei do risco que corro se o meu SOU não mais for aceito. Calculo rápido o risco, como se fosse ser importante o cálculo feito depois do estrago. Sinto o desamparo momentâneo da rejeição... até que vejo um lampejo nos seus olhos e te escuto de novo. Sua verbalização diz: tem calma, vamos conversar.

Ai eu só pude ser calma e ficar. Fiquei.

(Sobre uma tensão muito tensa pré-menstrual)

O importante é que eu sobrevivi, e então vim contar.