UM MÍSTICO PASSEIO PELAS RUAS DA LINDA BUENOS AIRES
Não sei se sou eu [mesmo] ou se sou minha cidade
Deveras que não sei
E destarte não sei se solitário sou ou se, na verdade, sou muitos em todos os lugares
por ando e sigo
Meu caminho são meus passos
Mas pouco me importa saber par’onde vou
E mesmo se vou [ou não]
E par’aonde vou será que já não estou ... lá?
Sei lá!
Buenos Aires, a nos encantar com sua nostalgia e formosura
Definitivamente é uma “cidade diferenciada”
Dentre as tantas que já conheci e passei
E que não pensem que n’ela se recorda tão somente a Europa
Oh, não!
O centro também nos lembra (e muito) a incrível Times Square (sobretudo à noite)
Principalmente nas proximidades do Obelisco
E, portanto, o velho e o novo lá harmoniosamente se abraçam
Gosto de olhar para o céu com todo o seu ”espetáculo”
Mas, desfruto-me igualmente [ou talvez mais] com o qu’eu contemplo na terra
E percebendo-a co’atenção [os espaços e lugares] vejo também ... o Homem
Não, não o afasto de minha visão
Não o separo de nenhum cenário por onde passo
Caminhando calmamente pelas ruas de Palermo
Deparo-me com uma suntuosa mesquita
A conhecida “Centro Cultural Islâmico de Buenos Aires”
Na verdade, o maior templo muçulmano na América Latina
E, portanto, naquela linda cidade portenha a cultura árabe presente se faz
E assim, com muito gosto ... a vejo
Tomo o metrô, e me dirijo para a magnífica Recoleta
Um belíssimo bairro a lembrar a surreal Paris com toda a sua elegância
Onde tudo nele me chama a atenção (e de todo mundo que lá visita)
Oh! E a quem não chamaria, a não ser aos “cegos d’alma”?
Sim, tudo neste bairro me deleita os olhos
Desde museus, praças, a arquitetura de seus prédios e até o seu conhecido cemitério
E me adentrando no devido bairro não há como não perceber a presença do judaísmo
É fato:
Em todo canto se vê uma grande quantidade judeus (de etnia e, portanto, d'alma israelita)
A percebê-los com seus trajes pretos, a quipá em suas cabeças, as longas barbas...
E igualmente os característicos vestidos usados pelas mulheres [judias]
E, é claro, as sinagogas, com seus sacros símbolos:
A “estrela de Davi”, a “menorá” (o candelabro de sete velas), o “shofar” (o chifre de
carneiro), frases da Torah nos muros...
Sem dúvida, perceber atentamente um espaço é dialogar co’ele no que se aproxima
aos nossos olhos
E feliz aquele que “não se acostuma” com o que vê
E descobre sempre algo novo ao que à vista se mostra
(mesmo que já tenham vistos outras vezes)
E ainda na Recoleta, não pude deixar de notar uma encantadora igreja cristã com sua
arquitetura e desenho, a se situar próximo ao cemitério que tem o seu nome
Era a Basílica Nossa Senhora do Pilar
O segundo templo mais antigo da cidade de Buenos Aires
Entrei e lá fiquei por alguns minutos naquel’espaço a degustar de seu clima silencioso
e místico
Caminhando para casa, fiquei comigo a meditar o que é mundo das religiões
E como elas interferem na vida de praticamente todos (afetando-nos)
Talvez minhas conclusões não serão prazerosas par'alguns
Todavia, trata-se apenas d’um singular ponto de vista
E só
E no que foi aquele meu passeio, permiti também a imaginação trabalhar
E entre mesquitas, sinagogas, igrejas, lembrei-me de Jerusalém
Uma cidade dividida por bairros, cada qual por sua religião
Ao que nela, a ser chamada de “Cidade Santa”, as pessoas não se misturam
De suas identidades (religiosas) que não permitem que ninguém venha a morar
n’um espaço a ser d’outra designação (de outro credo ou fé)
Ainda que nos espaços de suas ruas e vielas haja tolerância e educação
(E sempre com muita “reserva”)
Desde que se cumprem as regras do respeito ao outro
Respeito ... tolerância ... educação!
Palavras que precisam ser “praticadas” ... no espaço das humanas relações
No mundo inteiro
Respeitar, portanto, as diferenças, visto que elas existem
Compreender que somos iguais em nossas procuras, mas diferentes em nossos credos
E, dado a isto, faz-se necessário ... a tolerância
E não querer (nem obrigar) que o outro pense igual a nós (jamais)
Ou que ele "seja como nós"
Saber viver co’as diferenças, então
Ah! Palavras belas às quais foram agora ditas
Todavia, e na prática [do dia-a-dia]?
Sim, e nas [complexas] relações?
Como se dá ou como se fica?
Pois é!
Sou uma pessoa “viajada” pelo mundo e no universo mental do Homem
E nesta místic’aventura a que hoje fiz em Buenos Aires, fiquei-me a pensar
o que, infelizmente e com frequência se vê ... no mundo [e qu’eu tanto já vi):
Conheci muçulmanos que para provar que os são (islâmicos) eis que odeiam os judeus
Conheço evangélicos (que se autoproclamam orgulhosamente “cristãos”) os quais
para mostrar sua identidade religiosa (crentes evangélicos) vede que odeiam Maria,
a mãe de Jesus Cristo
Conheci judeus que para exibir a “veste de sua alma” (de que são realmente judeus)
odeiam a Jesus Cristo
E é isso aí!
Ao que muitos acreditam que "precisam odiar" para mostrar o que são
E em razão de que a todos lhes faltam o “discernimento”, vede que s’enganam
Em achar que são o que pensam que são
Quando, na verdade, não são nada
Nem cristãos, nem judeus, nem muçulmanos
Já que negam [cada qual] a essência de sua fé:
O amor em sua prática (misericórdia e compaixão)
Ah! E nest’hora eu acabo de me lembrar o que disse o incrível poeta português,
Fernando Pessoa, em seu heterônimo, Alberto Caeiro:
“O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar
Saber ver quando se vê
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida)
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender... “
E então, quem no mundo optaria em viver desnudo em su’alma,
a ter coragem de abandonar [para sempre] suas vestes imundas,
a que elas só servem para que divididos estejamos [entre nós],
e, sobretudo, por elas (e também por tantas “bandeiras) nos odiemos uns
aos outros?
E qual a atual “mania” a se ver no mundo d’agora?
Hoje o que mais s’escuta é o idiota e nefasto discurso político a dividir
o mundo por “bandeiras” cujos nomes são “direita”, “esquerda” e “extrema-direita”
E assim, são como nas religiões em seus adeptos:
Só se vê divisão, separação e, principalmente, ódio
É verdade:
Conheço indivíduos identificados com a “extrema-direita” que para provar que os são,
odeiam qualquer um que seja da “esquerda” (e vice-versa)
Sim, conheço centenas de imaturos que “precisam” odiar quem não é de “seu grupinho”,
de forma que seu ódio revele a veste suja que têm em suas almas
Ou n’outras palavras: para provar de que lado estão, odeiam, então, “os do outro lado”
E no atual tempo certamente que [tal estúpida conduta] “virou moda”
Esta praga que infelizmente germinou e s’espalhou para todo o canto
E nest’instante eu pergunto:
O qu’estamos ganhado com esta perniciosa divisão ideológica e política?
Ah! Que cad’um responda para si próprio
Chego finalmente em San Telmo
Não é hoje dia de feira, mas não tem problema
Aproveito para ir tomar um café em seu famoso Mercado
Saindo de lá e mais à frente, deparo-me com a arquitetura da Igreja Ortodoxa Russa
Contudo, pensei comigo:
Não, por hoje já basta de falar de religiões
23 de julho de 2024
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (REGISTRADAS POR CELULAR)
MÚSICA: “Por una Cabeza” - Carlos Gardel - Clik no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Gcxv7i02lXc
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
UM MÍSTICO PASSEIO PELAS RUAS DA LINDA BUENOS AIRES
Não sei se sou eu [mesmo] ou se sou minha cidade
Deveras que não sei
E destarte não sei se solitário sou ou se, na verdade, sou muitos em todos os lugares
por ando e sigo
Meu caminho são meus passos
Mas pouco me importa saber par’onde vou
E mesmo se vou [ou não]
E par’aonde vou será que já não estou ... lá?
Sei lá!
Buenos Aires, a nos encantar com sua nostalgia e formosura
Definitivamente é uma “cidade diferenciada”
Dentre as tantas que já conheci e passei
E que não pensem que n’ela se recorda tão somente a Europa
Oh, não!
O centro também nos lembra (e muito) a incrível Times Square (sobretudo à noite)
Principalmente nas proximidades do Obelisco
E, portanto, o velho e o novo lá harmoniosamente se abraçam
Gosto de olhar para o céu com todo o seu ”espetáculo”
Mas, desfruto-me igualmente [ou talvez mais] com o qu’eu contemplo na terra
E percebendo-a co’atenção [os espaços e lugares] vejo também ... o Homem
Não, não o afasto de minha visão
Não o separo de nenhum cenário por onde passo
Caminhando calmamente pelas ruas de Palermo
Deparo-me com uma suntuosa mesquita
A conhecida “Centro Cultural Islâmico de Buenos Aires”
Na verdade, o maior templo muçulmano na América Latina
E, portanto, naquela linda cidade portenha a cultura árabe presente se faz
E assim, com muito gosto ... a vejo
Tomo o metrô, e me dirijo para a magnífica Recoleta
Um belíssimo bairro a lembrar a surreal Paris com toda a sua elegância
Onde tudo nele me chama a atenção (e de todo mundo que lá visita)
Oh! E a quem não chamaria, a não ser aos “cegos d’alma”?
Sim, tudo neste bairro me deleita os olhos
Desde museus, praças, a arquitetura de seus prédios e até o seu conhecido cemitério
E me adentrando no devido bairro não há como não perceber a presença do judaísmo
É fato:
Em todo canto se vê uma grande quantidade judeus (de etnia e, portanto, d'alma israelita)
A percebê-los com seus trajes pretos, a quipá em suas cabeças, as longas barbas...
E igualmente os característicos vestidos usados pelas mulheres [judias]
E, é claro, as sinagogas, com seus sacros símbolos:
A “estrela de Davi”, a “menorá” (o candelabro de sete velas), o “shofar” (o chifre de
carneiro), frases da Torah nos muros...
Sem dúvida, perceber atentamente um espaço é dialogar co’ele no que se aproxima
aos nossos olhos
E feliz aquele que “não se acostuma” com o que vê
E descobre sempre algo novo ao que à vista se mostra
(mesmo que já tenham vistos outras vezes)
E ainda na Recoleta, não pude deixar de notar uma encantadora igreja cristã com sua
arquitetura e desenho, a se situar próximo ao cemitério que tem o seu nome
Era a Basílica Nossa Senhora do Pilar
O segundo templo mais antigo da cidade de Buenos Aires
Entrei e lá fiquei por alguns minutos naquel’espaço a degustar de seu clima silencioso
e místico
Caminhando para casa, fiquei comigo a meditar o que é mundo das religiões
E como elas interferem na vida de praticamente todos (afetando-nos)
Talvez minhas conclusões não serão prazerosas par'alguns
Todavia, trata-se apenas d’um singular ponto de vista
E só
E no que foi aquele meu passeio, permiti também a imaginação trabalhar
E entre mesquitas, sinagogas, igrejas, lembrei-me de Jerusalém
Uma cidade dividida por bairros, cada qual por sua religião
Ao que nela, a ser chamada de “Cidade Santa”, as pessoas não se misturam
De suas identidades (religiosas) que não permitem que ninguém venha a morar
n’um espaço a ser d’outra designação (de outro credo ou fé)
Ainda que nos espaços de suas ruas e vielas haja tolerância e educação
(E sempre com muita “reserva”)
Desde que se cumprem as regras do respeito ao outro
Respeito ... tolerância ... educação!
Palavras que precisam ser “praticadas” ... no espaço das humanas relações
No mundo inteiro
Respeitar, portanto, as diferenças, visto que elas existem
Compreender que somos iguais em nossas procuras, mas diferentes em nossos credos
E, dado a isto, faz-se necessário ... a tolerância
E não querer (nem obrigar) que o outro pense igual a nós (jamais)
Ou que ele "seja como nós"
Saber viver co’as diferenças, então
Ah! Palavras belas às quais foram agora ditas
Todavia, e na prática [do dia-a-dia]?
Sim, e nas [complexas] relações?
Como se dá ou como se fica?
Pois é!
Sou uma pessoa “viajada” pelo mundo e no universo mental do Homem
E nesta místic’aventura a que hoje fiz em Buenos Aires, fiquei-me a pensar
o que, infelizmente e com frequência se vê ... no mundo [e qu’eu tanto já vi):
Conheci muçulmanos que para provar que os são (islâmicos) eis que odeiam os judeus
Conheço evangélicos (que se autoproclamam orgulhosamente “cristãos”) os quais
para mostrar sua identidade religiosa (crentes evangélicos) vede que odeiam Maria,
a mãe de Jesus Cristo
Conheci judeus que para exibir a “veste de sua alma” (de que são realmente judeus)
odeiam a Jesus Cristo
E é isso aí!
Ao que muitos acreditam que "precisam odiar" para mostrar o que são
E em razão de que a todos lhes faltam o “discernimento”, vede que s’enganam
Em achar que são o que pensam que são
Quando, na verdade, não são nada
Nem cristãos, nem judeus, nem muçulmanos
Já que negam [cada qual] a essência de sua fé:
O amor em sua prática (misericórdia e compaixão)
Ah! E nest’hora eu acabo de me lembrar o que disse o incrível poeta português,
Fernando Pessoa, em seu heterônimo, Alberto Caeiro:
“O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar
Saber ver quando se vê
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida)
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender... “
E então, quem no mundo optaria em viver desnudo em su’alma,
a ter coragem de abandonar [para sempre] suas vestes imundas,
a que elas só servem para que divididos estejamos [entre nós],
e, sobretudo, por elas (e também por tantas “bandeiras) nos odiemos uns
aos outros?
E qual a atual “mania” a se ver no mundo d’agora?
Hoje o que mais s’escuta é o idiota e nefasto discurso político a dividir
o mundo por “bandeiras” cujos nomes são “direita”, “esquerda” e “extrema-direita”
E assim, são como nas religiões em seus adeptos:
Só se vê divisão, separação e, principalmente, ódio
É verdade:
Conheço indivíduos identificados com a “extrema-direita” que para provar que os são,
odeiam qualquer um que seja da “esquerda” (e vice-versa)
Sim, conheço centenas de imaturos que “precisam” odiar quem não é de “seu grupinho”,
de forma que seu ódio revele a veste suja que têm em suas almas
Ou n’outras palavras: para provar de que lado estão, odeiam, então, “os do outro lado”
E no atual tempo certamente que [tal estúpida conduta] “virou moda”
Esta praga que infelizmente germinou e s’espalhou para todo o canto
E nest’instante eu pergunto:
O qu’estamos ganhado com esta perniciosa divisão ideológica e política?
Ah! Que cad’um responda para si próprio
Chego finalmente em San Telmo
Não é hoje dia de feira, mas não tem problema
Aproveito para ir tomar um café em seu famoso Mercado
Saindo de lá e mais à frente, deparo-me com a arquitetura da Igreja Ortodoxa Russa
Contudo, pensei comigo:
Não, por hoje já basta de falar de religiões
23 de julho de 2024