Epílogo
Sentindo mais frio que antes eu sentia, sentei-me para tomar um chá que até outro dia não tomaria.
Lembrando dos aprendizados que os últimos anos me trouxeram, percebi que minha paz passou a ser inegociável. Venho olhando o mundo com óculos... Corrigindo desvios e filtrando graus.
Agora, desejo apenas o meu momento do chá acompanhada do meu caderninho onde debuxo poemas. Nada mais.
Se alguém se aproxima e começa a falar, me incomoda. Mas mesmo incomodando, não consigo o fazer silenciar. Fico ouvindo, absorta... Talvez pensando nas notas frugais do chá, na rima difícil... Até que o outro se afasta gesticulando contrariado.
Os olhos no horizonte , ouvindo a melodia do fim da tarde, sentindo a paz da brisa do fim do dia e a frieza delicada das coisas que terminam... Assim como o resto morno do chá no bule, assim como o epílogo da vida...