Afinal, de quê que me serve aquilo que eu não sei?

Um muro distingue as coisas que eu sei, das coisas que eu não sei. O muro do primeiro lado será sempre minúsculo, pequeno, fácil de atravessar. Essa pelo menos é a perspectiva do lado das coisas que eu não sei do muro. No entanto, na minha perspectiva permaneço do primeiro lado. Eu sei cozinhar bem, então é uma coisa que sei. Eu sei compreender, é uma coisa que faço bem. Eu sei falar o que eu quero e essa é a coisa que eu sei que não posso abrir mão. São poucas, pouquíssimas coisas do lado que eu sei, mas eu não me permito sair quase nunca...mas as vezes eu SAIO. A maioria das vezes eu saio pra saber do que eu não sei sobre o amor...e eu vou vagando do lado do muro das coisas que eu não sei. É um lado imprevisível, é por vezes violento e eu acabo tendo que ser por vezes violenta TB. É o que me permite que nunca volte de mãos abanando...pro lado das coisas que eu sei, eu sempre trago algo do outro imenso lado do muro. É sempre algo que me deixa um tico maior , o lado das coisas que eu sei. Embora não mude jamais o fato de que o muro do lado das coisas que eu não sei, sempre será maior. Outro dia, eu trouxe de lá, a ideia encasquetada, pregada mesmo, de que "confiança demais é um perigo que ronda para nos deixar pequenos". Agora, ontem mesmo, ontem trouxe de lá o seguinte: afinal, de nada me serve aquilo que eu não sei, e é por isso que tudo que eu não sei, eu apanho no meu caminho e levo pra casa, e acomodo lá, construindo o tão pouco e cada vez maior que é tudo aquilo que sei.

SouMinha
Enviado por SouMinha em 23/07/2024
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