PROGRAMA SUPER-AÇÃO
Na calçada da cidade, entre o fluxo incessante de pessoas apressadas e carros barulhentos, vivem aqueles que muitas vezes passam despercebidos: pedintes, maltrapilhos, aleijados, drogados, moradores de rua. São os invisíveis, aqueles que sobrevivem à margem da sociedade, sustentados por uma caridade eventual e insuficiente. Olhamos para eles com compaixão momentânea, mas logo desviamos o olhar, na esperança de que a próxima esquina nos leve a um lugar onde essa realidade não nos alcance.
Entretanto, a responsabilidade por essas vidas frágeis não deveria recair apenas sobre a bondade alheia. A sociedade pode ser caridosa, sim, mas não deve assumir o papel que é do Estado. Pagamos nossos impostos na expectativa de que o governo promova o bem comum, que ofereça a proteção necessária a quem mais precisa. Esses marginalizados, mais do que qualquer outro grupo, deveriam estar sob a tutela estatal, amparados por políticas públicas eficazes e humanitárias.
Da mesma forma, os deficientes físicos e mentais merecem atenção especial. Mesmo quando amparados por suas famílias, eles enfrentam desafios diários que exigem suporte estatal contínuo. São pessoas muitas vezes estigmatizadas, vistas com preconceito e incompreensão, que necessitam de uma contemplação mais efetiva e empática.
Esses indivíduos, deixados à margem da sociedade, são os verdadeiros filhos do Estado. Não os filhos dos discursos inflamados de intelectuais ativistas de esquerda, que pregam que todas as crianças pertencem ao Estado, e não aos pais. Em vez disso, são aqueles cujas necessidades básicas e direitos fundamentais clamam por intervenção estatal, uma responsabilidade que não pode ser ignorada.
O dever do Estado é cuidar dos seus cidadãos mais vulneráveis, assegurando-lhes dignidade e oportunidade. Somente assim poderemos caminhar juntos para uma sociedade mais justa e solidária, onde ninguém seja deixado para trás, onde a verdadeira caridade venha acompanhada de justiça e respeito.
Armando Valenzuela