Obrigada, ruralistas!

Sábado fui à fazenda com Rossini. Vivi o que todos os dias ele e os dois Lucas, seus empregados, vivem. Era mais ou menos cinco da manhã e o frio mordia. Pulei da caminhonete e subi no trator da fazenda vizinha e fomos nós dois em direção à fazenda do fazendeiro. Apesar do frio ao qual não estou acostumada, pois nessa hora estou invariavelmente na cama quentinha, fui sorvendo a beleza que o céu me oferecia. A lua estava redonda e avermelhada e, por isso, não alumiava a estrada. As estrelas estavam exatamente onde sempre estiveram e no mesmo silêncio. Distingui as Três Marias e no pensamento as cumprimentei. Pra todo lugar que olhava, havia a mais completa escuridão. Somente no céu havia luz. Uma luz doce, cheia de consolo, cheia de calma. Aos pouquinhos o horizonte foi se tingindo de vermelho e eu sabia que era a poderosa estrela do dia, chegando de mansinho, deitando sobre a terra sua magnífica luz. Aí o frio apertou de vez e eu corri para a caminhonete e me enrolei no cobertor que trouxera de casa. Enquanto me aquecia, pensei na vida dura das pessoas que trabalham para alimentar o mundo. Pensei na minha mesa farta e senti vergonha de nunca ter agradecido às milhares de pessoas anônimas que enfrentam o frio, a chuva, o sol forte, para fazerem a matéria prima de tudo que comemos. Para que a vergonha não perdure, agradeço a você, trabalhador rural, por sua vida e por seu valoroso trabalho. Talvez você não saiba, mas você é responsável pela manutenção da vida da humanidade inteira. Gratidão, sou um mar de gratidão agora.

Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 22/07/2024
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