O brilho da lua.
Perdido entre soluções de angústias e dúvidas preocupava-se tão somente em pisar a linha de segurança. A estratégia empregada era uma maneira de confiar em si mesmo, dando ao coração possibilidade em cauterizar as veias rompidas.
Sorriu no aconchego das ideias. Inundou-se de palavras não ditas que foi preciso respirar com força várias vezes, puxando o ar para dentro dos pulmões, até sentir-se invadido pela sonoridade de cada palavra.
Despido das intenções talvez, perigosa, como dizia os amigos, não dava importância ao fato. Não fugia do perigo, até se achegava o mais perto possível do poço, com a esperança de ver a água cristalina lá embaixo, refletindo o brilho da lua.
Sorriu perto de conseguir entender as filigranas dos raios iluminando seus passos. Seguia em linha reta. Dificilmente desviava-se dos obstáculos humanos. Alimentava ódio ferrenho à humanidade, no entanto, obrigava-se a aceitá-la, pois, era uma parte dela.
Incompreendido destacou com linhas vermelhas sua condição de náufragos entre vivos e mortos. Constatou entre outras coisas, a abstinência dos sentimentos grandes ou pequenos.