HISTÓRIAS DE PINHEIRIO

Estava em meus passeios da tarde, quando, passando pelo mercado velho, perto do Obelisco, lembrei-me de um fato que me veio à memória.

Nos tempos remotos de Pinheiro, cidade pequena, a venda de carne era bem reduzida. Matava-se poucos bois, e as melhores carnes ficavam para aqueles que tinham maior poder aquisitivo ou de altos cargos, ficando para maioria da população as carnes de corte inferior.

Os cortadores de carne já deixavam o filé, a picanha e o patinho para o gerente do Banco do Brasil, Pernambucana , coletor do Estado, juiz, promotor e as pessoas de posse. Os demais pinheirenses, tinham que acordar pela madrugada, marcar com tijolo ou pedra o seu lugar para comprar apenas as carnes inferiores, ou simplesmente ossos.

Mas, como filho de pobre não morre à mingua, diz um ditado popular, a solução dos mais carentes era, e é, o “ Pai Pericumã “, que não deixava, e não deixa, de fornecer o alimento a quem o procura.

Era comum, no inicio da manhã, as crianças saírem oferecendo as bacias de piaba, acará, traíra e outras espécies para serem vendidas como complementação da renda daqueles que sobreviviam da pesca.

Esta cena nos dias de hoje, tornou-se uma situação não mais praticada, pois temos o Conselho Tutelar, que não permite que as crianças ajudarem na complementação da renda familiar, e também os atravessadores, que compram os peixes antes mesmo de chegarem na Faveira.

José Alfredo Castro de Moraes

José Alfredo C de Moraes
Enviado por José Alfredo C de Moraes em 22/07/2024
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