Poetas e Psicopatas
Em um escritório onde cadernos amarelados e livros se empilham como testemunhas silenciosas de um mundo interior tumultuado, o silêncio é denso e carregado. Cada página amassada e cada anotação espremida entre os versos parece carregar o peso de emoções inexpressas, como se a tinta dessas palavras fosse um depósito das inquietações de uma alma em constante agitação.
À medida que o sol se despede no horizonte, e o céu se tingido de laranja e roxo, há uma sensação de rendição inevitável. Os olhos, cansados de buscar sentido na penumbra, se fecham suavemente. É um gesto de aceitação do crepúsculo, um sinal de que até mesmo a luz deve ceder ao domínio do escuro.
No entanto, esse momento de quietude é perturbado por uma presença sutil e desconcertante: a morte, recebida com uma mistura de aceitação e desaforo. Ela se apresenta como uma visita inesperada, mas esperada, que chega para levar embora o peso das ilusões diárias. As palavras, por outro lado, não se rendem tão facilmente. Elas se entrelaçam em paradoxos, bailando entre a lucidez e a loucura, como se se recusassem a aceitar a simplicidade do fim.
O ambiente se transforma em um cenário caótico, um universo fragmentado onde as almas se perdem em busca de significado. É um espaço onde cada tentativa de entender o sentido da vida parece se desfazer em pedaços de uma realidade inconstante e desafiadora.
Os amores poéticos que povoam nossas memórias e corações são lembrados com um suspiro de resignação. Cada encontro e desencontro, cada emoção efêmera e passageira, escreve seus próprios versos finais. Esses amores, assim como os poetas e psicopatas, são uma tapeçaria de falhas e perfeições. Eles não se conformam com a ideia de uma existência eterna, mas continuam a buscar um propósito, mesmo sabendo que a verdade é que todos nós somos imperfeitos, uma combinação intricada de esperanças e desilusões.
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