A RUA E SEUS MORADORES TÊM SUAS HISTÓRIAS... 16h07min.

Aqui, “aportamos”, no ano de 1972, porém, os primeiros moradores já estavam aqui desde 1950*, quando os primeiros lotes foram colocados à venda, os primeiros moradores não dispunham de luz elétrica, não havia água encanada, bem como saneamento básico, estes dois últimos “itens” fomos “testemunhos” ...

O local fica bem próximo do centro de Curitiba, perto de sete km. Hoje, o genro Luiz nos informou que seu pai foi o terceiro morador do bairro, ainda não havia as ruas, somente campos, pois num passado bem recente, as tropas de gado, vindas de outras localidades, eram “guardadas” aqui, pois havia um grande frigorifico que negociava as carnes do gado abatido...

Finalmente com a abertura das ruas, novos moradores foram chegando, construindo suas casas, com o decorrer do tempo, muitas foram demolidas, e, em seu lugar novas casas eram construídas, algumas até com novos moradores, que negociavam as existentes, para demolirem as antigas construções, e com casa bem melhores iam surgindo. Em 52 anos muita coisa mudou, boa parte dos antigos moradores, venderam, ou “partiram” para o outro lado da vida...

Havia uma casa de madeira, bem perto da nossa casa um “sanfoneiro”, que

ganhava sua vida tocando em bailes. Praticamente ao lado de sua casa, morava uma pessoa que fora guarda de prisão, certa ocasião ouve uma rebelião, foi ferido na perna, e teve o dissabor de terminar usa vida em uma cadeira de rodas...

Descendo pela nossa rua, na esquina, havia uma moradora, com sua história de vida sofrida, sua mãe e um parente adquiriram o terreno, bem no começo do loteamento, porém, não fizeram a escritura, ambos faleceram, quando as suas duas filhas, fizeram duas modestas casa para morarem, foi quando recorreram a “justiça”, para que seus documentos de posse fossem regularizados, os anos se passaram, e a “justiça”, nossa é lenta e demorada, as duas irmãs faleceram, sem conseguirem a legalização do terreno comprado pela sua mãe. Uma delas em muito a ajudamos, consultando um médico, pois estava com sérios problemas das vias respiratórias, quando este afirmou se tivesse um ano de carteira assinada, poderia conseguir “encostá-la”, porém ela tinha tão somente 10 meses de carteira assinada, recorreu a várias pessoas – inclusive uma empresa onde prestava serviços de diaristas toda semana, e nada conseguiu...

As vezes prestava serviço em nossa casa, quando falou com a esposa pela “aflição” que estava passando, foi quando a esposa a registrou como mensalista, recolhendo 20% sobre um salário mínimo, perto de dois anos, voltando ao médico, ele conseguiu a ajuda do INSS, e mais tarde ficou aposentada...

Alguns de seus filhos, moram em casas bem precárias, mas com o falecimento das duas irmãs, a legalização do terreno ficou mais complicada, tudo em razão da morosidade de nossa justiça, que deveria ser mais ágil, mas, não o é...

Sim! “Nossa” rua tem histórias que dariam um livro, mas quem iria ler? 16h53min.

*Os lotes foram vendidos em 100 pagamento, o que equivale a 10 anos e dois meses.

Curitiba, 18 de julho de 2024 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 20/07/2024
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