XÔ, COTIDIANO!

Hoje andei mais que o cotidiano.

Ele quis me tomar nos seus braços.

Esquivei-me como gato em pingo d’água.

O cotidiano é só o passar dos dias.

Não quero ser refém dessa repetição que enjoa.

Quero ir (agora) além das minhas preguiças.

Achei um companheiro de sensação que compartilhou sua impressão.

Chamava-me para ligar o som.

Comecei ouvindo músicas ao Léo. Bastava o som. Sem perspectivas de repertório. Era só apertar o play.

Quis dividir a sensação. Liguei o áudio no WhatsApp. Falei em música. Não foi bom começo. Acharam que a voz estava embargada. Que o copo era a companhia!

E era, mesmo! Mas só o começo. Eu queria mesmo era driblar o cotidiano.

Aí era questão de tempo. A música ia me conduzir por uma estrada menos pedregosa. Aliás, o WhatsApp também é cotidiano.

Embrenhei-me no mundo das minhas sensações. Só não queria é perder a inspiração de voar alto.

Tem algo mais distante do cotidiano do que a sensação de voar?

Voei pelas sensações de ser EU com os meus deleites. Não era necessário conversa ou atividade alguma. Era só um lance de alma nostálgica e refugiada no fulgor das sensações.

É...Não foi cotidiano, mesmo!

Foi só um lance de se entregar ás delícias de uma sexta-feira.

Com o copo de cerveja ao lado. É claro!

Que bobagem, né?

Sexta-feira nunca será um cotidiano...

Machadinho
Enviado por Machadinho em 19/07/2024
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