Cicatrizes da alma.

Como toda pessoa no mundo, temos nossas histórias e cicatrizes que carregamos ao longo da vida. Algumas já fechadas, outras ainda em processo de cura.

E ela não era diferente de todas essas muitas pessoas. Talvez haja quem não teve que passar por processos difíceis na vida, que lhe deixaram marcas. Sei que existe. Raro, mas existe.

Então em um dado momento da vida, ela ficou nua e mostrou todas as suas muitas cicatrizes da alma.

Se desnundou totalmente, e revelou todas, sem excessão, a quem se sentia ligada de corpo e alma.

Sem pudor, sem vergonha, sem medo de julgamento.

Cada detalhe, cada ferida aberta, cada cicatrização, cada história por de trás delas.

Foi de uma forma natural e até como um desabafo, sentia-se segura em expor para aquele a qual tanto confiava, seus traumas.

Mas em um determinado dia, tempo, momento de sua vida, por culpa só dela, teve que ver todas elas (cicatrizes) sendo reabertas, sendo usadas de forma irônica e debochada por aquele a qual confidenciou toda história por debaixo de cada uma delas.

E foi então que realmente se sentiu de fato nua, com a alma exposta, com vergonha de si mesmo.

Vergonha não pelas cicatrizes na alma, mas por ter sido tão inocente a ponto de acreditar que elas não seriam desvalorizadas e nem usadas contra ela, como munição.

Com isso aprendeu que só ela sabe o sofrimento e o quanto doeu para cicatrizar cada ferida, que ninguém nunca vai entender o porquê delas a não ser ela mesma.

Por isso ela as guardou com muita segurança e sabedoria para que ninguém, um dia, faça mal uso delas.

Simone Henri
Enviado por Simone Henri em 19/07/2024
Reeditado em 21/07/2024
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