UM PESADELO REQUENTADO
Começou de fato e de direito a campanha eleitoral estadunidense, que tem por um lado um senhor senil, mas que insiste em não largar o osso, mesmo sob fogo cruzado do próprio partido, do outro um empresário que já teve seus dias de glória num passado distante, mas que fez um governo no mínimo desastroso, há apenas quatro anos e que terminou de forma melancólica, com tentativas de minar o que a democracia tem de melhor, o voto secreto e confiável.
Esse senhor que supostamente sofreu recentemente um atentado mal executado, os mais experientes devem lembrar a eficiência dos atentados contra os irmãos Kennedy, mas foi dessa forma, que conseguiu unir o partido em volta de sua candidatura. Impressionante a determinação do judiciário, que o transformou numa espécie de cidadão comum, porém dotado de imunidades, que jogam no lixo o artigo que até então, igualava todo cidadão perante a lei.
E assim, pelo menos por enquanto, conseguiu postergar ações que tramitavam no judiciário, e que inviabilizariam sua sonhada nova candidatura a presidência dos EUA.
Durante a campanha eleitoral e em seu primeiro mandato, Donald Trump fez uma série de promessas não cumpridas ou mesmo abandonadas. A seguir, será apresentada lista das principais promessas não realizadas:
A Revogação do Obamacare e sua substituição pela Lei de Cuidados Acessíveis. Ele até se esforçou para desmantelar a lei, felizmente para a parcela idosa da população, não teve competência para concretizar seu intuito.
Prometeu murar a fronteira mexicana com custo dividido entre os países. Não conseguiu nem uma coisa, nem a outra. No setor de maldades implantadas, temos a separação de famílias na fronteira e a tentativa de rescindir o programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals).
Prometeu de pé junto eliminar a dívida nacional em oito anos, no entanto, ela cresceu significativamente em seu mandato, devido a cortes de impostos e ampliação de gastos federais.
Comprometeu-se em botar a economia para crescer a uma taxa anual de 4%. Essa taxa não se sustentou, e a pandemia de COVID-19 gerou uma recessão.
Trump cismou que eliminaria o ISIS. Não conseguiu erradicar o grupo terrorista, que para alguns ainda representa ameaça.
Criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e se propôs a reformá-la, contando com a colaboração dos aliados para a defesa comum. Sua pressão foi em vão. Retirou os EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, também do acordo nuclear com o Irã (Plano de Ação Conjunto Global), e da Parceria Transpacífica (TPP). Encontrou-se com o líder norte-coreano Kim Jong-un em três ocasiões, buscando negociar a desnuclearização da Coreia do Norte, em vão.
Trump prometeu investir $1 trilhão em infraestrutura para modernizar estradas, pontes e outros projetos. O plano não foi aprovado.
Falou que não cortaria o Medicare e a Segurança Social. No entanto, suas políticas fiscais e orçamentárias foram ameaças potenciais ao programa. Foi criticado por minimizar a gravidade do vírus e pela gestão na distribuição de recursos médicos. Prometeu criar um plano de saúde melhor e mais barato que o Obamacare. Ficou apenas nas palavras.
Prometeu "drenar o pântano" em Washington, D.C., programa que reduziria a corrupção e influência de lobistas. Não cumpriu a promessa, e a influência desses interesses especiais persistiu forte em seu mandato.
Se comprometeu no "banimento total e completo" da imigração de países muçulmanos. Conseguiu restringir viagens a alguns países de maioria muçulmana.
Também gostaria de revitalizar a indústria do carvão, e assim recuperar empregos para mineiros. Reverteu regulamentações ambientais visando favorecer a indústria, felizmente o carvão continuou seu declínio, devido à competição de fontes de energia mais baratas e limpas. Reverteu várias regulamentações ambientais e promoveu o uso de combustíveis fósseis, incluindo a abertura de áreas federais para perfuração de petróleo e gás.
Nomeou três juízes para a Suprema Corte: Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett, solidificando uma maioria conservadora no tribunal. Assinou a Lei FIRST STEP, uma reforma da justiça criminal destinada a reduzir a reincidência, e a fornecer melhores condições para os prisioneiros.
E a pior notícia do texto, para fechar esse somatório de descalabros, tudo leva a crer que essa seção de horrores vai contar com uma segunda edição.