AVANTE PALESTINA
Desde 07 de outubro que o mundo está assistindo um dos maiores crimes contra a humanidade em Gaza na Palestina. Apesar das manipulações midiáticas, somente as notícias em canais independentes, conseguem explicar o assassinato em massa de crianças, mulheres e civis em geral, cometidos por Israel com o apoio explícito do imperialismo A crueldade de Israel contra a população civil está movendo muitos atos de protesto no mundo inteiro, até nos USA.
Aqui no Brasil, continuam a se mobilizar pequenos grupos, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, onde a última passeata teve repercussão nacional por conta da liderança do PCO (Partido da Causa Operária) um dos partidos não-institucionais, que mantém organização de base. Logo depois, no Rio, por volta de 03 e 05 de julho quando se reuniu nesta cidade o G20, foi realizada nova concentração, restrita a um pequeno grupo, que se juntou em frente à Câmara dos Vereadores na Cinelândia.
No Brasil, desde as mobilizações populares de 2013, que não ocorrem atos interclassistas contra o governo. Há uma certa desesperança e apatia das organizações populares e dos partidos na liderança dos movimentos sociais. É um período de paradeiro das mobilizações de massa. É neste contexto que passa a vigorar de forma sistemática a luta pelo identitarismo que reforça a projeção individual e as mobilizações por bandeiras de grupos específicos.
A luta pela expulsão de Israel da Palestina segue a orientação identitária que luta contra a rejeição dos árabes como fazem com os negros e os indígenas em outras partes do mundo. Neste caso ganha uma dimensão mais ampla por se tratar de conflito internacional que ameaça a estabilidade do imperialismo americano e seus antigos aliados. As informações do panfleto do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino RJ apontam a natureza do massacre: “As 75.000 toneladas de bombas lançadas já somam o equivalente a mais de duas bombas atômicas. Israel bombardeia com armas proibidas pelas leis internacionais, como fósforo branco que derretem a pele das crianças. Hospitais, ambulâncias, casas, prédios residenciais, escolas e as universidades são alvo dos bombardeios sionistas. Israel cortou a energia, a água e impede o envio de comida. (...) São 1.200 milhão de pessoas em fome extrema. (...) O que está em jogo é manter o domínio econômico e colonial que exercem sobre o conjunto da Ásia Ocidental rica em petróleo e gás, onde Israel cumpre a função de base militar na defesa dos interesses dos Estados Unidos (EUA)”.
Fora de qualquer ideologia o que está sendo posto como questão fundamental é o extermínio em massa das crianças em Gaza que desde o berço amargam o terror sionista. Mais de 14 mil foram mortas só nesta guerra, 20 mil estão desaparecidas. O extermínio de mulheres e crianças pode ser um plano macabro de Israel para que os palestinos desapareçam mais depressa da face da terra. (Outras Palavras,08/07/2024)
Apesar de pequeno grupo, pretendiam apresentar um manifesto com assinaturas ao G20 exigindo a tomada de posição do Brasil contra o Exército Brasileiro que irá firmar um contrato para a compra de veículos militares com a empresa bélica Elbit Systems de Israel. O acordo prevê um bilhão de reais do dinheiro público, do povo brasileiro, para financiar o genocídio dos palestinos. (Cúpula dos Povos/ Frente ao G20)
Esta mobilização embora restrita levanta a voz para reivindicar ao Governo brasileiro a imediata retirada de todos os acordos políticos, econômicos e militares com Israel. As pressões das ruas contra a guerra na Palestina foram na direção do que está acontecendo na França onde a NFP (Nova Frente Popular) liderou a reviravolta histórica nas atuais eleições parlamentares francesas. A NFP exige do governo entre outras reivindicações relacionadas aos franceses, o reconhecimento imediato do Estado da Palestina.
A propaganda dos mass media sempre estimula a força do imperialismo frente ao avanço do Sul Global. A Guerra da Ucrânia já em seus momentos finais e a invasão da Palestina servem como cortina de fumaça que esconde o fraco desempenho do imperialismo ocidental. Os movimentos de rua no Brasil estão sem força mobilizatória para se fazer presente ao vivo e a cores. Os movimentos internacionais por autonomia e desenvolvimento nacional são acobertados por governos títeres ou sem a pressão das massas.
O fraco desempenho das lutas pelo fim do genocídio do povo palestino e da Palestina Livre do Rio ao Mar é o reflexo do fraco desempenho das organizações democráticas. O coletivo em prol da Palestina na cidade do Rio tem proximidade com as Irmandades que eram antigas associações cristãs, mas que podem ser estendidas para grupos com afinidades étnicas. Aproximam-se dos tempos da Resistência ao nazifascismo.
A Irmandade resistente acumula experiência de propaganda e agitação atraindo populares que passam pelas ruas e se oferecem para discursar, fazendo parte da concentração enfeitada com bandeiras coloridas nas escadarias da Câmara dos Deputados.
Pela Palestina Livre na icônica praça da Cinelândia -- palco de poderosas manifestações no passado. A luta continua.