Os estudos de neurociência visam o famoso "efeito manada" ou comportamento de rebanho que está entre os humanos desde os primórdios. Trata-se de uma resposta inata à necessidade ancestral de segurança, cooperação e sobrevivência. Tal tendência permitiu também uma eficiente distribuição de tarefas e recursos, aumentando as chances de adaptação e sobrevivência. Essa atitude ocorre de forma inconsciente, proporcionando a sensação e conforto por pertencimento a um grupo. E, desempenhou crucial função em eventos históricos, com a formação de tribos e civilizações antigas, onde a coletividade era essencial para enfrentar os desafios como caça, criação da prole, proteção e adaptação ao meio ambiente. O sistema límbico, especialmente a amígdala e o hipocampo, estão envolvidos na regulação das emoções e na formação de memórias, especialmente memórias emocionais ligadas a experiências sociais. As áreas têmporo-parietais, que incluem o córtex temporal superior e o córtex parietal inferior, desempenham papéis na compreensão e interpretação de informações sociais, gerando a habilidade de compreender os pensamentos e sentimentos dos outros. No córtex cingulado anterior e ínsula, estão associadas à empatia e à experiência emocional compartilhada, ajudando a criar laços sociais e a compreensão das emoções dos outros. Essas regiões trabalham em conjunto para processar informações sociais e gerar comportamentos que favorecem a interação e a coesão social, como a tendência de andar em grupos. Mas a antropologia explica que esse comportamento é também influenciado por fatores culturais e de aprendizado social, e questões socioeconômicas, como a pobreza, que desempenham um papel significativo no desenvolvimento e perpetuação desse fenômeno. Já é de conhecimento em múltiplas áreas da neurociência o poder da influência do ser, sendo a capacidade humana de influenciar e ser influenciado tida como a base das relações interpessoais na nossa sociedade contemporânea.