Duas fotos para a história
Hoje acordei virado para os pés da cama. Não sei por que isso aconteceu. Às vezes acontece algo que eu não espero. Quando deitei estava tranquilo como água de moringa. Levantei como sempre e nada pior aconteceu.
Para o meu espanto quando abri o computador vi que todos os jornais falavam sobre o atentado contra Donald Trump. Ele levou um tiro de fuzil na orelha esquerda. Vi que levantou o braço direito antes de sair do comício em Butler bradando as seguintes palavras: Lutem! Lutem! Lutem!
Com a proximidade das Olimpíadas de Paris, a foto do atentado me fez lembrar de outra pela semelhança do gesto. Em 1936, durante as Olimpíadas de Berlim, Jesse Owens, um americano negro, de punho em reste, calou Hitler sem proferir nenhuma palavra enquanto a multidão o aplaudia de pé.
Apesar de tudo que as cenas significam para o esporte e para o mundo, Owens era um esportista americano que preferia perseguir os seus sonhos ignorando o racismo presente não só naqueles jogos como em seu próprio país, onde uma forte segregação racial ainda persiste.
Dizem que Hitler ignorou o vencedor da prova mais importante do atletismo, os 100 metros rasos. Em 1970, em um gesto de grandeza ímpar, Owens provou que era um Ser de outro planeta: "Depois de descer do pódio, passei em frente da tribuna de honra para voltar aos vestiários. Ele me viu e me acenou com a mão. Eu, feliz, respondi a sua saudação".
O engraçado é que o mundo inteiro está analisando a foto de Trump, que segundo dizem, representa uma composição triangular que o coloca como vértice, levemente à esquerda de uma bandeira americana elevada no céu. Para mim o mérito da foto é do fotógrafo. Mas o hilário é que o hoje candidato a vice Jd Vance, certa vez questionou a um colega com quem morou se o ex-presidente seria o Hitler da América.
Deixando de lado as fotos, que já ficaram para a história, gostaria de chamar a atenção para o que disse Owens depois de ser humilhado e o que disse JD Vance sobre o seu, agora, paladino.
Comparar as fotos e os fatos é de cortar o coração ao meio. Infelizmente me lembrei de Adolf Hitler.
... E vamos que vamos!!!