O PÁSSARO AZUL.

Chove neste momento, quarta-feira, dias chuvosos e frios, sim, é isso mesmo, a crônica de Domingo está sendo escrita na quarta, simples assim. Tudo tranquilo, sem novidades. Estou na cozinha de casa, em silêncio, ouvindo a chuva cair, gotejar aqui e ali, o som gostoso das gotas nas latas espalhadas no quintal. ( Brincadeira , não há lata nenhuma no quintal ) é que a chuva faz-me lembrar dos tempos da infância, áureo tempo que não volta mais.

Estou degustando o meu café em silêncio, aproveitando os poucos momentos de silêncio enquanto os outros ainda dormem, esse, é o único momento do meu dia realmente disponível para se escrever, não que o restante do dia não dê, porém, há uma dificuldade maior para se fazê-lo, por isso mesmo, priorizo esse tempo para rabiscar as principais ideias. Talvez à tarde eu rabisque alguma coisa a mais deste meu dia, digamos que o poeta aqui tem muito a fazer, sem tempo disponível para tal.

... Te amo desmedidamente,

Te amo e não consigo te esquecer,

Sua voz maravilhosa,

Sua face Majestosa,

Te amo perdidamente ...

Versos de um poema qualquer, riscados no decorrer do dia, jogados ao curso da despretensiosa crônica.

Já não chove tanto como pela manhã, é começo da tarde, no início de seu ciclo. A chuva antes grossa pela manhã se faz fina agora, uma garoa continua que deixa o ar gelado. Aproveitei o pouco tempo de sossego para rabiscar algumas palavras.

Algo diferente aconteceu, não sei bem como explicar, posso dizer apenas que, o pássaro azul, que a tanto tempo não aparecia na varanda da minha casa, retornou, sim… O pássaro azul retornou. E confesso que o mesmo está ainda mais belo do que antes. O meu desconforto perante a sua presença é o mesmo de outrora, um pouco mais acentuado quando estou na sua presença, agora que percebi em as asas longas de colorido diferente. O meu olhar enamorou-se uma vez mais, o coração bateu descompassado, faltou-me palavras, apenas observei, vencido por tamanha admiração, me rendi a momentos de silêncio. Desejo ser um pássaro também, e poder voar livremente, e sugar das mais belas flores, o néctar mais doce.

... Te amo e não consigo te esquecer,

O tempo todo pensando em você,

Em teus lábios de mel,

Fonte do amor absoluto,

Te amo e não sei como dizer ...

É fim de tarde, a noite aproxima-se rapidamente, com seus braços longos e escuros envolve tudo. Está frio agora, uma leve brisa sopra, o pássaro azul continua aqui, em minha varanda. Enamorado dessa ave rara, a sua beleza corrompeu o meu coração, o seu perfume deixou-me anestesiado. Quisera eu prendê-lo na gaiola do meu peito, quisera eu... Mas é apenas um sonho louco, logo mais não o verei mas, ficará apenas a lembrança, queimando no pensamento, torturando a alma. A chuva não passa o frio também não, meu desejo... Este também não passa.

... Te amo desmedidamente,

Como um poeta louco,

Com palavras insanas,

Te amo sem medo,

Te amo sem reservas,

Sem rimas e nem amarras ...

Nas mais altas horas da noite, no silêncio, tudo escuro, ausência completa, novamente o pássaro azul me fez despertar, pois o mesmo até em meus sonhos se mete. A imaginação realmente foi criada no intuito de enlouquecer qualquer ser humano. Por hora é isso caríssimo, ficarei ao sabor da imaginação, até a próxima.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 14/07/2024
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