Amar na roça e na cidade
Amar na roça e na cidade
Um homem que saiu da roça foi para a cidade e sabe escrever como um grande poeta, este é Martinho da Vila Isabel.
É ele, o Embaixador Cultural de Angola, que num momento de muito amor, o que já faz parte de seu cotidiano, filosofa:
- “A vida, menina, só é bonita pra quem sabe amar”.
Ele soube, sabe e sempre amará as mulheres. Dará e receberá amor. O fruto de seu amor está nos três filhos e nas cinco filhas que lhe amam como qualquer pai gostaria de ser amado.
Esse vascaíno, assim como eu, fala aos quatro ventos:
- “Admiro medroso sem medo”. Até agora não entendi o sentido da frase, pois se és medroso, tens medo. Porém na música essa filosofia encaixa perfeitamente como uma obra de arte.
Quem ama não deseja o mal. Deseja sim a paz, a felicidade e tudo de bom ao amigo e até para aquela pessoa por quem ele não morre de amores. Se algum dia eu, particularmente, amar o meu inimigo, aí sim poderei dizer, como escreveu o Cidadão Carioca, sem medo de ser feliz:
- “Ai! Que pena de quem borda o mal. Se aconselha ao menos um dedal”.
Isso tem quase o mesmo sentido do ditado popular: Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Martinho, um dos mais respeitados artistas brasileiros, em uma de suas músicas, falando da pessoa má, injusta, vingativa, diz que ela em vez de mandar rosas, jóias e bombons, manda:
- “Bala de canhão e bombas de troco”.
Dá pena dessa pessoa. Ela não ama e não é amada. Se essa infeliz pessoa fosse uma costureira ou um costureiro, passaria as maiores necessidades, como diria o filho dos lavradores seu Josué e dona Teresa de Jesus:
- “Bom cerzideiro jamais cose sem amor”.
Aroldo Arão de Medeiros
04/11/2022