As peripécias e as artimanhas de uma conduta
Tornamos-nos odiados, paradoxo cruel, ao praticar o bem ou causar o mal, assim como a maré que sobe e desce, nossa reputação oscila, instável. Quando estendemos a mão a alguém, e se estes forem necessitados, necessitados de qualquer coisa, amor e carinho, por exemplo, alguns nos veem como heróis; o salvador desta pessoa, outros, com desdém - é claro que como alguém que não apenas quer, mas precisa de algo em troca. Mas quando agimos com astúcia e artimanha, a mesma mão que ajudava, afagava, acariciava, agora é vista como veneno. A virtude e a malícia dançam em nosso ser e no olhar e na concepção alheia, e elas são invisíveis, e o mundo nos julga com olhos inconstantes e turbulentos. Não importa o caminho que escolhemos trilhar, sempre haverá quem nos ame e quem nos deteste, assim somos nós: humanos imperfeitos, tentando equilibrar o bem e o mal, e no jogo das aparências e intenções, nos tornamos inaceitados mesmo quando buscamos o ideal.