JOÃO E MARIA
Então João, que amava as desforras de Maria, que amava as melecas de João, que amava os fuxicos de Maria, que amava as teias de João, que amava as cismas de Maria, que amava os rebentos de João, que amava os descaminhos de Maria, que amava os rasgos de João, que amava as encrencas de Maria, que amava as câimbras de João, que amava as sombras de Maria, que amava as securas de João, que amava as derrapadas de Maria, que amava os calos de João, que amava os pastos de Maria, que amava os enroscos de João, que amava as rédeas de Maria, que amava os desatinos de João, que amava as poças de Maria, que amava os respingos de João, que amava as assaduras de Maria, que amava os podres de João, que amava os remendos de Maria, que amava as dúvidas de João, que amava os farrapos de Maria, que amava os gargalos de João, que amava as farsas de Maria, que amava as misérias de João, que amava os ódios de Maria, que amava os demônios de João e que amava as sobras de Maria descobriu que nunca amou João e também nunca foi amada por ele.