Das coisas que aprendi com Nietzsche

Essa reflexão não é uma apologia ao antirelacionamento. Mas apenas uma exteriorização de pensamento, no sentido de que, a mesma "receita" de bolo não cabe na vida de todo mundo.

Estar em um relacionamento que lhe faz bem pode ser algo maravilhoso. Mas ainda melhor é estar bem primeiro consigo mesmo. E essa segunda premissa é um pré requisito para a primeira. Embora a grande maioria viva de forma caótica por não compreender ou aceitar isso.

Vivemos uma cultura em que são alimentadas expectativas de que "o outro" é um complemento, e que tudo pode ficar mais fácil e mais leve quando se compartilha a vida e as experiências com um par.

Ao contrário do que muitos pensam, há muitas vantagens em não ter um par romântico.

Uma paz e uma liberdade que, normalmente, não seriam possíveis estando acompanhado. Essa paz a que me refiro, só é experimentada por quem já está em paz consigo nesmo. Liberdade de decisão, escolhas que você faz consultando apenas sua consciência. Não que não existam decepções quando estamos sozinhos. Mas é bem diferente. Quando o outro lhe decepciona, as feridas são mais profundas e você demora mais para se recuperar. Corre o risco de ver destruído, o que já construiu. Internamente ou não.

Depois que aprendemos a voar sozinhos e estamos bem com nossa própria companhia, percebemos que voar acompanhado é muito mais desafiador e arriscado. Alguns não querem ou não sabem voar junto. Querem pegar carona, ou cortar suas asas. A vida me ensinou e eu aprendi a gostar de voar sozinha.

Talvez para quem esteja acompanhado e feliz seja algo difícil de compreender. Mas não me condenem por me sentir feliz assim.

Pode ser que eu mude de ideia? Sim. Mas antes que isso aconteça (e caso aconteça), compartilho o mesmo pensamento de Nietzsche: "Não roube minha solidão sem me oferecer uma verdadeira companhia". E antes que alguém argumente: "Mas Nietzsche chegou ao fim de sua existência sozinho e louco", acredito que não tenha sido a solidão a causa de sua loucura. Afinal, há bem mais pessoas loucas e acompanhadas.

Não é exigência, é autocuidado. E isso não é crime ou pecado.