NOVAS MUDANÇAS POLÍTICAS E CLIMÁTICAS À VISTA

Outro dia à noite, de olho na brilhosa telinha, afogado que estava naquele mar de notícias desconexas, que vão sendo despejadas sobre o telespectador, muitas vezes com imagens do absurdo, que caiu a ficha.

Caramba, o que está acontecendo na nossa aldeia global? Se no passado, todos tínhamos consciência de que ditaduras, golpes de estado e corrupção daquele tipo descarado, gozavam da propriedade de se localizarem abaixo ou muito próxima da Linha do Equador, que o compositor Chico Buarque eternizou na frase: “não existe pecado do lado de baixo do Equador” e propunha que se fizesse “um pecado rasgado a todo vapor”.

Bom, o tempo passou, e parece que recentemente contagiamos e fomos contagiados pela poeira levantada no deslocamento da carruagem democrática mundo a fora.

Não bastou o retrocesso venezuelano, as tentativas de golpe em alguns países, que no passado recente ficaram conhecidos como republiquetas de banana.

No Brasil, parece que muita gente sentia saudade daqueles distantes tempos de repressão e tortura, e se elegeu um déspota disfarçado de patriota, que pensou que se perpetuaria no poder, como seu companheiro de farda, o Maduro, felizmente deu com os burros n’água.

Faltou sobriedade também aos estadunidenses quando escolheram um suposto bem sucedido empresário, que propunha um retorno a América dos sonhos da turma conservadora.

Em pouco tempo, esses dois déspotas já trocavam carícias, função da legítima identificação, que logo recebeu reforços de peso, através de: Putin, Netanyahu, Orbán, King Jong-un.

As vítimas logo surgiram, a Ucrânia há muito fazia parte dos delírios expansionistas do ditador soviético. Se num primeiro momento parecia que tudo seria de rápida solução, para sua surpresa, o pesadelo está corroendo a já combalida economia russa.

Aproveitando o ensejo, o desgastado primeiro ministro israelense, aproveitando um atentado do grupo Hamas, resolveu recuperar seu prestígio através de um massacre sem precedentes na Palestina. E não adiantou condenações da ONU, ou mesmo ameaça de corte de armas por parte do governo norte-americano, sua saga de destruição permanece inalterada.

Enquanto isso, a amnésia em relação ao presidente golpista, aliada a benevolência da Suprema Corte que em tese deveria proteger a nação, deu sobrevida ao déspota, concedendo imunidade política, ou seja, transformando o crápula num cidadão especial, imune a processos por fraudes diversas a ela associadas.

Para engrossar o caldo, e piorar ainda mais a situação da também destroçada economia argentina, a população levou ao poder uma nova esquisitice portenha, Milei, que de cara se identificou com os golpistas brasileiro e norte americano.

Com o possível retorno de Trump a presidência, é o que apontam as pesquisas eleitorais, o mundo vivenciará nova revolução retrógada, com sérias consequências diretas, que num primeiro momento incidirão sobre a Palestina e Ucrânia.

Para o restante do planeta, estão reservadas consequências catastróficas, sob a forma potencializada de seca, chuva intensiva, calor e frio abusivos, pois seu natural negacionismo pelas mudanças climáticas, e contando com apoio de seus pares, propiciarão acelerado crescimento na temperatura global.

O cenário que se desenha no curto prazo promete acelerar intempéries que recentemente começamos a conviver e todos seus reflexos, principalmente entre a parcela mais precarizada da população, independente de onde resida nesse planeta azul.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 11/07/2024
Código do texto: T8104624
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