COMUNISMO NO BRASIL NÃO EXISTE NEM COMO AMEAÇA
UM PEQUENO PRÓLOGO:
Sou um advogado de defesa e ao mesmo tempo um promotor de acusação, onde só atuo mediante provas técnicas (gravações, áudios, vídeos, documentos), confirmações, evidências, revelações comprovadas, a partir do que faço por verificação responsável e minuciosa. E quando anexo vídeos e áudios assim realizo para mostrar que nada do que eu faço foi inventado. Como a se colocar em prática a conhecida expressão: “Por suas [próprias] palavras serás julgado (justificado) ou condenado...” (Mateus 12:37). Evito trabalhar a recolher dados de testemunhas, já que tais podem cometer perjúrio, pelo que também podem se amparar pelo mecanismo de defesa da “IDENTIFICAÇÃO”. Nada faço movido por deduções ou fantasias e muito menos por emoção (paixão). E deste modo é o meu trabalho, seja para defender, seja para acusar (um nome, um fato, uma situação, uma circunstância, o que for), onde o mundo para mim é também uma espécie de “tribunal”. Agradeço a compreensão do leitor, o qual será [sempre] para mim um grande prazer tê-lo em minhas meditações. Posto isto, vamos lá!
Posso lhe fazer umas perguntas?
O que você entende pela palavra “COMUNISMO”?
Você sabe qual o seu real significado?
Será que está "na moda" (ao que se vê por parte de alguns) brigar contra o "comunismo"?
Seria ele de fato uma ameaça aqui no Brasil? Ou será que foi alguém que colocou isto na cabeça de tantos?
E por que hoje tantos falam a respeito de "comunismo" como se ele existisse em nosso meio?
Você tem medo do "comunismo" ou mesmo o vê como uma "possibilidade próxima" no Brasil?
Tudo bem, antes de prosseguirmos quero aqui deixar bem claro que eu amo os meus bens, adoro minha liberdade, gosto de viajar para vários lugares, e não negarei que [moderadamente] tenho prazer de gastar o meu sagrado dinheiro o qual é fruto de meu trabalho. Resumindo: eu não sou comunista.
E mais uma vez eu lhe pergunto:
O que você entende por “COMUNISMO”?
Será que tal palavra está sendo empregada de forma apropriada?
Pois bem, tomo a liberdade de colocar [aqui] a sua definição a partir do site da WIKIPEDIA, que vai ao encontro do que aprendi (em meus tempos de faculdade) da devida palavra - COMUNISMO: Comunismo (do latim communis) é um sistema ideológico e um movimento político, filosófico, social e econômico cujo objetivo final é o estabelecimento de uma sociedade comunista, ou seja, uma ordem socioeconômica estruturada sob as ideias de igualitarismo, propriedade comum dos meios de produção e na ausência de classes sociais, do dinheiro e do Estado. Como tal, o comunismo é uma forma específica de socialismo.
E aí, a definição acima vai de encontro com o que você pensa a respeito de COMUNISMO? Estimado leitor, neste momento acabo de me lembrar quando na TV CULTURA o renomado professor de Português, e também idealizador do Programa “NOSSA LÍNGUA”, Pasquale Cipro Neto, fez questão de deixar claro: “A PALAVRA COMUNISMO NÃO ESTÁ SENDO USADA DA FORMA CORRETA, E QUANDO SE DIZ ‘COMUNISMO” NÃO É, NA VERDADE, COMUNISMO.
Pois é, meu amigo, muitas palavras são proferidas sem que as pessoas saibam o que significam, tanto em sua etiologia como, principalmente em sua aplicação prática, sendo que uma delas é “COMUNISMO” e também “COMUNISTA”, onde fogem totalmente de sua real acepção, perdendo, portanto, o seu verdadeiro sentido, e ao que eu digo que passam muito longe de seu significado.
Darei um exemplo aqui:
Em novembro de 2022 um fanático simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro foi motivo de risos em um programa de TV francesa, quando, entrevistado por um jornalista francês, disse [ele] que o Presidente da França, Emmanuel Macron, era comunista. Ai! Nestas horas é impossível não sentir vergonha em função do que outros dizem. E aqui eu deixo o registro do ridículo feito o qual se acha nos links:
https://www.youtube.com/watch?v=LEW5ZCstrw0
https://www.youtube.com/watch?v=tbkVhcC2TUY
Caríssimo leitor, cheguei a pensar que estava sonhando, mas fiquei surpreso quando vi a notícia [na BAND NEWS] onde um militar – mais especificamente o presidente do Superior Tribunal Militar, o Tenente Brigadeiro Francisco Joseli Parente Camelo, o qual colocou [em entrevista durante o programa] a sua opinião a respeito do comunismo no Brasil. E achei muito corajoso de sua parte, sabendo a visão de grande parte de militares, tão identificada com a chamada “Direita”. E muitos com a “Extrema Direita”, já que esta é míope e, portanto, tem uma visão distorcida do que é o comunismo em seu real significado.
E aqui eu tomei a liberdade de anexar as suas palavras: “Comunismo acabou. Para mim não existe o comunismo, no Brasil não existe. E outra coisa, o presidente Lula é um sindicalista. Eu não vejo o presidente Lula ou jamais o vi como um comunista. As pessoas têm uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista, isso não existe”, afirmando, então.
E completou: “Ser de esquerda, realmente… ela quer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, um Brasil que pense no mais pobre, é tudo isso o que a esquerda pensa. Então, ser de esquerda não é ser comunista. E o comunismo, para mim, não existe no nosso país”.
Clik nos links abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=U5TgKkNthes
https://www.youtube.com/watch?v=eDCCsoomyvs
https://www.youtube.com/watch?v=iXuAgwMf4Do
Pois é, meu amigo, quando a gente encontra com uma pessoa ponderada e inteligente chega a ser uma verdadeira bênção. E nestas horas eu me sinto como a estar a me ver diante um espelho (sempre quando encontro com alguém inteligente e sensato).
E agora eu pergunto mais uma vez:
Você tem medo do “comunismo”?
Pois bem, quer saber a minha opinião?
Pergunto d’outra forma:
Você tem medo de “bicho-papão”, “mula sem cabeça”, “saci-pererê”?
Quer saber a minha resposta? Eu, não.
Ah! Enquanto existir “teorias da conspiração” alguém colocará bobagens na cabeça de outros. Sobretudo, levando-se em conta de que é muito fácil acreditar em boatos e fake news. E quando eles se espalham são como um câncer que se alastra no espaço vivente. E tirar uma mentira coletiva, onde nela uma grande parte acredita, é tão difícil!
Então, mas por que muitos falam tanto de "comunismo" nestes [atuais] tempos?
Responderei agora: A palavra "comunismo" era bastante falada no período da "Ditadura Militar" (sendo peculiar nas gestões de todos os presidentes militares). Onde qualquer pessoa que pudesse ser uma ameaça recebia o título de "comunista", tais como os jornalistas, sindicalistas, intelectuais, escritores, artistas, músicos, cineastas, dentre outros.
Bom, e nestes anos percebe-se muito bem que o discurso voltou. E por quê? Porque tal palavra "ressuscitou" na pessoa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o qual todos sabem ser um militar reformado. E interessante que quando era deputado federal o seu gabinete era decorado com fotos de presidentes do período militar, tais como Geisel, Médici, Figueiredo...
E se eu disse "ressuscitou" é dado em razão de que do período pós-militar ninguém falava a respeito de comunismo. Ou, pelo menos, não se fazia uma propagada de pânico com tal palavra, desde Collor até Temer. Retornando, portanto com Bolsonaro. Sendo assim, está explicado... o retorno do "fantasma do comunismo".
Então, eu tenho certeza de que muitos agora devem estar achando que eu sou um comunista, ainda que tenha dito anteriormente que não. E ao que eu responderei: eu sou uma pessoa que não abre mão da inteligência e da faculdade de fazer julgamentos. E investigo tudo antes de defender ou acusar o que quer (ou quem quer) que seja.
Bom, voltemos ao nosso principal foco:
Fico tentando entender quando eu vejo um pobre a defender o que prega a Direita e também a estar do lado de empresários que descumprem leis trabalhistas, a querer que o trabalhador (e empregado) seja um escravo (sem direitos nem dignidade) e que ele aceite as humilhações sofridas.
Bom, aqui eu acabo de lembrar em aulas de História do Brasil onde foi dito que durante a luta pela abolição da escravatura muitos negros se opuseram. Chega a ser inacreditável. Um bom livro que eu recomendo agora é o “GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL”, escrito por Leandro Narloch. E se preparem no que vão encontrar durante a leitura!
Bom, voltando à questão do “pobre de direita”, a verdade é que tal fenômeno se dá ou por “ignorância nata” ou porque foi introduzido nele (em sua cabeça) argumentos os quais então aderiu, pelo que alguém o convenceu. Sendo geralmente utilizado a partir do “mecanismo do medo”.
Outra coisa que me chama bastante a atenção é o que eu vejo em inúmeras manifestações populares de cunho político por indivíduos simpatizantes pela “Direita”, onde muitos que não têm nem onde caírem mortos carregam cartazes contra o comunismo. E aí eu pergunto: Será que eles sabem de fato o que é comunismo? Todos eu simplesmente duvido. É como disse certa vez o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes: “99% das pessoas que falam nem sabem o que é comunismo”.
Clik no link: https://www.youtube.com/watch?v=PSmxjqzUu0Y
Prezado leitor, você sabia que a maior parte de nossos “direitos trabalhistas” foram conquistados por movimentos da chamada “Esquerda”? É isso mesmo, meu querido, não caíram do céu, não! E foram conquistados com muita luta pelos movimentos sindicais. Benefícios que provavelmente você goza!
E aqui eu coloco algumas conquistas [trabalhistas] pela "Esquerda":
* Salário mínimo
* 13º salário
* Férias remuneradas
* Jornada de 8 horas por dia
* Repouso semanal remunerado
* Seguro desemprego
* Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS)
* Aposentadoria e pensões
* Estabilidade de trabalhadores
* Normas regulamentadoras de saúde e segurança nos locais de trabalho
(Fonte: CUT)
Meu Deus, será que você precisará morrer para se reencarnar numa família pobre e de baixa renda, porém trabalhadora para então entender o que são "direitos trabalhistas"?
Outra coisa mais: O que para você é “sindicato”? Como você acha que seria o país se não houvesse nenhum sindicato? Quer saber a minha resposta? Seria um país ditatorial. Sim, haveria uma “ditadura da Direita”, onde nenhum empregado teria direito algum, ao que ele seria um escravo (à moda antiga). E seria, portanto, um país governado somente por “PATRÕES”, a se ter aqui uma Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT) com preceitos os quais favoreceriam somente a eles.
Entenda aqui uma coisa, meu amigo: Você já percebeu que quando um magistrado é punido em função de alguma irregularidade, a pena é afastá-lo do cargo, porém a permitir que ele a receba o seu gordo salário (mesmo sem trabalhar)? E por que assim se dá? É simples: eles é que criam as regras do jogo, ou seja, as “punições”, das quais criam é óbvio que (quando aplicadas contra eles) não virão prejudicá-los.
Então, tente agora imaginar um país sem nenhum movimento da Esquerda. Tente imaginar se não existisse em nosso espaço sindicatos, associações de direitos trabalhistas ou corporações que lutam em favor de empregados e dos excluídos? E é onde eu quero entrar ainda mais no que diz respeito ao mal uso da palavra “comunismo”.
No escuro período da Ditadura Militar os rotulados de comunistas, conforme anteriormente disse, eram: os sindicalistas, professores universitários, intelectuais, jornalistas, artistas, e inclusive muitos padres e pessoas ligas às chamadas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Na América Latina um movimento chamado “Teologia da Libertação”, e tendo o nome de “Teologia do Povo” na Argentina, foram duramente perseguidos (inclusive pela Santa Sé), em função do motivo de que eram vistos como “comunistas”. O próprio Dom Hélder Câmara foi inúmeras vezes chamado de comunista.
Muitos nomes da Igreja aqui no Brasil os quais apoiavam a Teologia da Libertação foram duramente perseguidos, como, por exemplo, Leonardo Boff. E aproveito para dizer que o Papa Francisco também já recebeu este título, inclusive pelo atual presidente argentino, Javier Milei. E então eu pergunto: eles eram comunistas?
E mais um fato que eu faço questão de colocar aqui: Ser simpatizante (identificação) pela Esquerda não quer dizer que se trata de um “comunista”. Assim como há uma diferença entre “comunista” e “socialista”, pelo que eles não são sinônimos, a se saber que ainda que tenham algumas semelhanças há também diferenças, sendo necessário ressaltar isto, e assim, separar uma coisa da outra e, portanto, saber identificar [com precisão] o que é um e o que é outro.
Tomo a liberdade que nas primeiras comunidades cristãs havia uma “alma socialista”, já que, conforme foi registrado [no livro dos Atos dos Apóstolos]: “ A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade” (Atos dos Apóstolos 4: 32-35)
Mas, infelizmente, com o passar do tempo e, sobretudo, quando a Igreja ficou “poderosa” (politicamente dizendo), como também rica, a essência se perdeu. Pois é, o Poder matou a Igreja!
Aproveito agora para convidar o leitor a uma interessante meditação:
Todos os dias os judeus rezam na Torá (Torah) o episódio em que seu povo era escravo dos egípcios, e que foram libertados por Moisés. Um fato histórico o qual se faz uma diária memória, após a sagrada leitura do "Shemá" [Israel]. E todos sabemos que não foi fácil, pelo que o Faraó se recusava em atender o pedido de Moisés. Uma dura e sofrida realidade onde os hebreus provaram do mais amargo prato, marcado por injustiças, desrespeito e maldades.
E aqui eu pergunto para o leitor: Você acha que eles deveriam lutar por sua libertação ou se conformar com sua triste situação? Meu amigo, a Teologia da Libertação surgiu em função deste episódio bíblico, onde nasceu uma voz política de uma Igreja que não tolera injustiças sociais. Porém, a cúpula do Vaticano a interpretou como sendo “comunista”. É isso mesmo o que acabou de ler.
Caríssimo, você já percebeu que os patrões odeiam empregados que gritam por seus direitos? Sim, os empresários (patrões e empregadores) “adoram” empregados medrosos, e que executam suas tarefas calados. Destes que não pedem por aumento de salário, desconhecem seus direitos, os quais seus patrões lhes negam (ou lhes ocultam), ainda que alguns trabalhadores até sabem, porém não reclamam e, deixam que seus patrões façam o que quiser com eles, ao que eles "permitem". E por quê? Simplesmente por causa do medo de perder o emprego.
E quando há alguma manifestação popular realizada por movimentos trabalhistas estes são rotulados de desordeiros, subversivos, e principalmente de ... “comunistas”! Ao que eu pergunto mais uma vez: “Eles são de fato “comunistas”?
RESUMINDO E ALGUMAS PERGUNTINHAS SÓ PARA CONCLUIR:
Você sabe o que significa, de verdade, “comunismo”?
Para você socialismo e comunismo são a mesma coisa?
Você é contra a existência de sindicatos?
Estar identificado ou ser simpatizante pela "Esquerda" é o mesmo que ser "comunista"?
Qual a sua razão para se identificar com a chamada “Direita” (caso seja)?
Em sua ótica há mesmo uma diferença entre a “Direita” e a “Esquerda”?
Por que você odeia a chamada Esquerda (se deste modo o faz), ainda que ela é quem realmente “grita” em favor dos direitos de todos, e que já conquistou tantos para nós? Será que não está lhe faltando um pouco de inteligência e também de empatia (colocar-se no lugar do outro) para entender o lado de quem come todos os dias o prato da injustiça?
Você realmente acredita que o “comunismo” ameaça o Brasil?
Você de fato acredita ser “a Esquerda” um mal para o país? E o que justifica isto?
E será que o “comunismo” é realmente o culpado de tudo de errado aqui no Brasil (ou mesmo no mundo)?
Você é mesmo a favor da verdadeira “Democracia” ou somente da “ideia” do que seja para ti a democracia?
Não estaria você a habitar em sua mente uma postura fundamentalista pela ideologia (da "Direita") a que com ela se identifica?
Você acaso não estaria inconscientemente a querer uma “ditadura velada” sob a aparência da democracia?
Entre ser um “conservador” (que não tolera mudanças) como também “fundamentalista” e ser um “liberal” a estar revoltado com o devido espaço em função de suas injustiças, com qual você realmente se identifica?
Entre uma “Direita Fascista” (ou uma “Extrema Direita” carregada de ódio) e uma “Esquerda” liberal” (mas que luta por justiça [ou contra a injustiça], porém pacífica, em qual você se vê?
Você é capaz de enxergar defeitos em sua “ideologia de estimação” ou a vê como isenta de erros (perfeita)?
E você teria coragem de mudar sua linha de pensamento caso percebesse nela indícios de significativas falhas?
Você julga os fatos por ti mesmo ou é imaturo pelo que tem e segue uma mentalidade de rebanho (maria-vai-com-as-outras)?
Você pelo menos às vezes usa o seu cérebro (caso tenha)?
Bom, é isso aí, vou ficando por aqui. Agradeço a paciência de todos e ... até a próxima.
11 de julho de 2024
IMAGENS: INTERNET
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
COMUNISMO NO BRASIL NÃO EXISTE NEM COMO AMEAÇA
UM PEQUENO PRÓLOGO:
Sou um advogado de defesa e ao mesmo tempo um promotor de acusação, onde só atuo mediante provas técnicas (gravações, áudios, vídeos, documentos), confirmações, evidências, revelações comprovadas, a partir do que faço por verificação responsável e minuciosa. E quando anexo vídeos e áudios assim realizo para mostrar que nada do que eu faço foi inventado. Como a se colocar em prática a conhecida expressão: “Por suas [próprias] palavras serás julgado (justificado) ou condenado...” (Mateus 12:37). Evito trabalhar a recolher dados de testemunhas, já que tais podem cometer perjúrio, pelo que também podem se amparar pelo mecanismo de defesa da “IDENTIFICAÇÃO”. Nada faço movido por deduções ou fantasias e muito menos por emoção (paixão). E deste modo é o meu trabalho, seja para defender, seja para acusar (um nome, um fato, uma situação, uma circunstância, o que for), onde o mundo para mim é também uma espécie de “tribunal”. Agradeço a compreensão do leitor, o qual será [sempre] para mim um grande prazer tê-lo em minhas meditações. Posto isto, vamos lá!
Posso lhe fazer umas perguntas?
O que você entende pela palavra “COMUNISMO”?
Você sabe qual o seu real significado?
Será que está "na moda" (ao que se vê por parte de alguns) brigar contra o "comunismo"?
Seria ele de fato uma ameaça aqui no Brasil? Ou será que foi alguém que colocou isto na cabeça de tantos?
E por que hoje tantos falam a respeito de "comunismo" como se ele existisse em nosso meio?
Você tem medo do "comunismo" ou mesmo o vê como uma "possibilidade próxima" no Brasil?
Tudo bem, antes de prosseguirmos quero aqui deixar bem claro que eu amo os meus bens, adoro minha liberdade, gosto de viajar para vários lugares, e não negarei que [moderadamente] tenho prazer de gastar o meu sagrado dinheiro o qual é fruto de meu trabalho. Resumindo: eu não sou comunista.
E mais uma vez eu lhe pergunto:
O que você entende por “COMUNISMO”?
Será que tal palavra está sendo empregada de forma apropriada?
Pois bem, tomo a liberdade de colocar [aqui] a sua definição a partir do site da WIKIPEDIA, que vai ao encontro do que aprendi (em meus tempos de faculdade) da devida palavra - COMUNISMO: Comunismo (do latim communis) é um sistema ideológico e um movimento político, filosófico, social e econômico cujo objetivo final é o estabelecimento de uma sociedade comunista, ou seja, uma ordem socioeconômica estruturada sob as ideias de igualitarismo, propriedade comum dos meios de produção e na ausência de classes sociais, do dinheiro e do Estado. Como tal, o comunismo é uma forma específica de socialismo.
E aí, a definição acima vai de encontro com o que você pensa a respeito de COMUNISMO? Estimado leitor, neste momento acabo de me lembrar quando na TV CULTURA o renomado professor de Português, e também idealizador do Programa “NOSSA LÍNGUA”, Pasquale Cipro Neto, fez questão de deixar claro: “A PALAVRA COMUNISMO NÃO ESTÁ SENDO USADA DA FORMA CORRETA, E QUANDO SE DIZ ‘COMUNISMO” NÃO É, NA VERDADE, COMUNISMO.
Pois é, meu amigo, muitas palavras são proferidas sem que as pessoas saibam o que significam, tanto em sua etiologia como, principalmente em sua aplicação prática, sendo que uma delas é “COMUNISMO” e também “COMUNISTA”, onde fogem totalmente de sua real acepção, perdendo, portanto, o seu verdadeiro sentido, e ao que eu digo que passam muito longe de seu significado.
Darei um exemplo aqui:
Em novembro de 2022 um fanático simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro foi motivo de risos em um programa de TV francesa, quando, entrevistado por um jornalista francês, disse [ele] que o Presidente da França, Emmanuel Macron, era comunista. Ai! Nestas horas é impossível não sentir vergonha em função do que outros dizem. E aqui eu deixo o registro do ridículo feito o qual se acha nos links:
https://www.youtube.com/watch?v=LEW5ZCstrw0
https://www.youtube.com/watch?v=tbkVhcC2TUY
Caríssimo leitor, cheguei a pensar que estava sonhando, mas fiquei surpreso quando vi a notícia [na BAND NEWS] onde um militar – mais especificamente o presidente do Superior Tribunal Militar, o Tenente Brigadeiro Francisco Joseli Parente Camelo, o qual colocou [em entrevista durante o programa] a sua opinião a respeito do comunismo no Brasil. E achei muito corajoso de sua parte, sabendo a visão de grande parte de militares, tão identificada com a chamada “Direita”. E muitos com a “Extrema Direita”, já que esta é míope e, portanto, tem uma visão distorcida do que é o comunismo em seu real significado.
E aqui eu tomei a liberdade de anexar as suas palavras: “Comunismo acabou. Para mim não existe o comunismo, no Brasil não existe. E outra coisa, o presidente Lula é um sindicalista. Eu não vejo o presidente Lula ou jamais o vi como um comunista. As pessoas têm uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista, isso não existe”, afirmando, então.
E completou: “Ser de esquerda, realmente… ela quer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, um Brasil que pense no mais pobre, é tudo isso o que a esquerda pensa. Então, ser de esquerda não é ser comunista. E o comunismo, para mim, não existe no nosso país”.
Clik nos links abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=U5TgKkNthes
https://www.youtube.com/watch?v=eDCCsoomyvs
https://www.youtube.com/watch?v=iXuAgwMf4Do
Pois é, meu amigo, quando a gente encontra com uma pessoa ponderada e inteligente chega a ser uma verdadeira bênção. E nestas horas eu me sinto como a estar a me ver diante um espelho (sempre quando encontro com alguém inteligente e sensato).
E agora eu pergunto mais uma vez:
Você tem medo do “comunismo”?
Pois bem, quer saber a minha opinião?
Pergunto d’outra forma:
Você tem medo de “bicho-papão”, “mula sem cabeça”, “saci-pererê”?
Quer saber a minha resposta? Eu, não.
Ah! Enquanto existir “teorias da conspiração” alguém colocará bobagens na cabeça de outros. Sobretudo, levando-se em conta de que é muito fácil acreditar em boatos e fake news. E quando eles se espalham são como um câncer que se alastra no espaço vivente. E tirar uma mentira coletiva, onde nela uma grande parte acredita, é tão difícil!
Então, mas por que muitos falam tanto de "comunismo" nestes [atuais] tempos?
Responderei agora: A palavra "comunismo" era bastante falada no período da "Ditadura Militar" (sendo peculiar nas gestões de todos os presidentes militares). Onde qualquer pessoa que pudesse ser uma ameaça recebia o título de "comunista", tais como os jornalistas, sindicalistas, intelectuais, escritores, artistas, músicos, cineastas, dentre outros.
Bom, e nestes anos percebe-se muito bem que o discurso voltou. E por quê? Porque tal palavra "ressuscitou" na pessoa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o qual todos sabem ser um militar reformado. E interessante que quando era deputado federal o seu gabinete era decorado com fotos de presidentes do período militar, tais como Geisel, Médici, Figueiredo...
E se eu disse "ressuscitou" é dado em razão de que do período pós-militar ninguém falava a respeito de comunismo. Ou, pelo menos, não se fazia uma propagada de pânico com tal palavra, desde Collor até Temer. Retornando, portanto com Bolsonaro. Sendo assim, está explicado... o retorno do "fantasma do comunismo".
Então, eu tenho certeza de que muitos agora devem estar achando que eu sou um comunista, ainda que tenha dito anteriormente que não. E ao que eu responderei: eu sou uma pessoa que não abre mão da inteligência e da faculdade de fazer julgamentos. E investigo tudo antes de defender ou acusar o que quer (ou quem quer) que seja.
Bom, voltemos ao nosso principal foco:
Fico tentando entender quando eu vejo um pobre a defender o que prega a Direita e também a estar do lado de empresários que descumprem leis trabalhistas, a querer que o trabalhador (e empregado) seja um escravo (sem direitos nem dignidade) e que ele aceite as humilhações sofridas.
Bom, aqui eu acabo de lembrar em aulas de História do Brasil onde foi dito que durante a luta pela abolição da escravatura muitos negros se opuseram. Chega a ser inacreditável. Um bom livro que eu recomendo agora é o “GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL”, escrito por Leandro Narloch. E se preparem no que vão encontrar durante a leitura!
Bom, voltando à questão do “pobre de direita”, a verdade é que tal fenômeno se dá ou por “ignorância nata” ou porque foi introduzido nele (em sua cabeça) argumentos os quais então aderiu, pelo que alguém o convenceu. Sendo geralmente utilizado a partir do “mecanismo do medo”.
Outra coisa que me chama bastante a atenção é o que eu vejo em inúmeras manifestações populares de cunho político por indivíduos simpatizantes pela “Direita”, onde muitos que não têm nem onde caírem mortos carregam cartazes contra o comunismo. E aí eu pergunto: Será que eles sabem de fato o que é comunismo? Todos eu simplesmente duvido. É como disse certa vez o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes: “99% das pessoas que falam nem sabem o que é comunismo”.
Clik no link: https://www.youtube.com/watch?v=PSmxjqzUu0Y
Prezado leitor, você sabia que a maior parte de nossos “direitos trabalhistas” foram conquistados por movimentos da chamada “Esquerda”? É isso mesmo, meu querido, não caíram do céu, não! E foram conquistados com muita luta pelos movimentos sindicais. Benefícios que provavelmente você goza!
E aqui eu coloco algumas conquistas [trabalhistas] pela "Esquerda":
* Salário mínimo
* 13º salário
* Férias remuneradas
* Jornada de 8 horas por dia
* Repouso semanal remunerado
* Seguro desemprego
* Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS)
* Aposentadoria e pensões
* Estabilidade de trabalhadores
* Normas regulamentadoras de saúde e segurança nos locais de trabalho
(Fonte: CUT)
Meu Deus, será que você precisará morrer para se reencarnar numa família pobre e de baixa renda, porém trabalhadora para então entender o que são "direitos trabalhistas"?
Outra coisa mais: O que para você é “sindicato”? Como você acha que seria o país se não houvesse nenhum sindicato? Quer saber a minha resposta? Seria um país ditatorial. Sim, haveria uma “ditadura da Direita”, onde nenhum empregado teria direito algum, ao que ele seria um escravo (à moda antiga). E seria, portanto, um país governado somente por “PATRÕES”, a se ter aqui uma Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT) com preceitos os quais favoreceriam somente a eles.
Entenda aqui uma coisa, meu amigo: Você já percebeu que quando um magistrado é punido em função de alguma irregularidade, a pena é afastá-lo do cargo, porém a permitir que ele a receba o seu gordo salário (mesmo sem trabalhar)? E por que assim se dá? É simples: eles é que criam as regras do jogo, ou seja, as “punições”, das quais criam é óbvio que (quando aplicadas contra eles) não virão prejudicá-los.
Então, tente agora imaginar um país sem nenhum movimento da Esquerda. Tente imaginar se não existisse em nosso espaço sindicatos, associações de direitos trabalhistas ou corporações que lutam em favor de empregados e dos excluídos? E é onde eu quero entrar ainda mais no que diz respeito ao mal uso da palavra “comunismo”.
No escuro período da Ditadura Militar os rotulados de comunistas, conforme anteriormente disse, eram: os sindicalistas, professores universitários, intelectuais, jornalistas, artistas, e inclusive muitos padres e pessoas ligas às chamadas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Na América Latina um movimento chamado “Teologia da Libertação”, e tendo o nome de “Teologia do Povo” na Argentina, foram duramente perseguidos (inclusive pela Santa Sé), em função do motivo de que eram vistos como “comunistas”. O próprio Dom Hélder Câmara foi inúmeras vezes chamado de comunista.
Muitos nomes da Igreja aqui no Brasil os quais apoiavam a Teologia da Libertação foram duramente perseguidos, como, por exemplo, Leonardo Boff. E aproveito para dizer que o Papa Francisco também já recebeu este título, inclusive pelo atual presidente argentino, Javier Milei. E então eu pergunto: eles eram comunistas?
E mais um fato que eu faço questão de colocar aqui: Ser simpatizante (identificação) pela Esquerda não quer dizer que se trata de um “comunista”. Assim como há uma diferença entre “comunista” e “socialista”, pelo que eles não são sinônimos, a se saber que ainda que tenham algumas semelhanças há também diferenças, sendo necessário ressaltar isto, e assim, separar uma coisa da outra e, portanto, saber identificar [com precisão] o que é um e o que é outro.
Tomo a liberdade que nas primeiras comunidades cristãs havia uma “alma socialista”, já que, conforme foi registrado [no livro dos Atos dos Apóstolos]: “ A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade” (Atos dos Apóstolos 4: 32-35)
Mas, infelizmente, com o passar do tempo e, sobretudo, quando a Igreja ficou “poderosa” (politicamente dizendo), como também rica, a essência se perdeu. Pois é, o Poder matou a Igreja!
Aproveito agora para convidar o leitor a uma interessante meditação:
Todos os dias os judeus rezam na Torá (Torah) o episódio em que seu povo era escravo dos egípcios, e que foram libertados por Moisés. Um fato histórico o qual se faz uma diária memória, após a sagrada leitura do "Shemá" [Israel]. E todos sabemos que não foi fácil, pelo que o Faraó se recusava em atender o pedido de Moisés. Uma dura e sofrida realidade onde os hebreus provaram do mais amargo prato, marcado por injustiças, desrespeito e maldades.
E aqui eu pergunto para o leitor: Você acha que eles deveriam lutar por sua libertação ou se conformar com sua triste situação? Meu amigo, a Teologia da Libertação surgiu em função deste episódio bíblico, onde nasceu uma voz política de uma Igreja que não tolera injustiças sociais. Porém, a cúpula do Vaticano a interpretou como sendo “comunista”. É isso mesmo o que acabou de ler.
Caríssimo, você já percebeu que os patrões odeiam empregados que gritam por seus direitos? Sim, os empresários (patrões e empregadores) “adoram” empregados medrosos, e que executam suas tarefas calados. Destes que não pedem por aumento de salário, desconhecem seus direitos, os quais seus patrões lhes negam (ou lhes ocultam), ainda que alguns trabalhadores até sabem, porém não reclamam e, deixam que seus patrões façam o que quiser com eles, ao que eles "permitem". E por quê? Simplesmente por causa do medo de perder o emprego.
E quando há alguma manifestação popular realizada por movimentos trabalhistas estes são rotulados de desordeiros, subversivos, e principalmente de ... “comunistas”! Ao que eu pergunto mais uma vez: “Eles são de fato “comunistas”?
RESUMINDO E ALGUMAS PERGUNTINHAS SÓ PARA CONCLUIR:
Você sabe o que significa, de verdade, “comunismo”?
Para você socialismo e comunismo são a mesma coisa?
Você é contra a existência de sindicatos?
Estar identificado ou ser simpatizante pela "Esquerda" é o mesmo que ser "comunista"?
Qual a sua razão para se identificar com a chamada “Direita” (caso seja)?
Em sua ótica há mesmo uma diferença entre a “Direita” e a “Esquerda”?
Por que você odeia a chamada Esquerda (se deste modo o faz), ainda que ela é quem realmente “grita” em favor dos direitos de todos, e que já conquistou tantos para nós? Será que não está lhe faltando um pouco de inteligência e também de empatia (colocar-se no lugar do outro) para entender o lado de quem come todos os dias o prato da injustiça?
Você realmente acredita que o “comunismo” ameaça o Brasil?
Você de fato acredita ser “a Esquerda” um mal para o país? E o que justifica isto?
E será que o “comunismo” é realmente o culpado de tudo de errado aqui no Brasil (ou mesmo no mundo)?
Você é mesmo a favor da verdadeira “Democracia” ou somente da “ideia” do que seja para ti a democracia?
Não estaria você a habitar em sua mente uma postura fundamentalista pela ideologia (da "Direita") a que com ela se identifica?
Você acaso não estaria inconscientemente a querer uma “ditadura velada” sob a aparência da democracia?
Entre ser um “conservador” (que não tolera mudanças) como também “fundamentalista” e ser um “liberal” a estar revoltado com o devido espaço em função de suas injustiças, com qual você realmente se identifica?
Entre uma “Direita Fascista” (ou uma “Extrema Direita” carregada de ódio) e uma “Esquerda” liberal” (mas que luta por justiça [ou contra a injustiça], porém pacífica, em qual você se vê?
Você é capaz de enxergar defeitos em sua “ideologia de estimação” ou a vê como isenta de erros (perfeita)?
E você teria coragem de mudar sua linha de pensamento caso percebesse nela indícios de significativas falhas?
Você julga os fatos por ti mesmo ou é imaturo pelo que tem e segue uma mentalidade de rebanho (maria-vai-com-as-outras)?
Você pelo menos às vezes usa o seu cérebro (caso tenha)?
Bom, é isso aí, vou ficando por aqui. Agradeço a paciência de todos e ... até a próxima.
11 de julho de 2024