Eu li uma vez uma entrevista de uma celebridade, onde ela dizia que todos os dias acordava às 4 ou 5 horas da manhã para correr para o banheiro, se maquiar, arrumar os cabelos e voltava para a cama. Isso para o marido, ao acordar, vê-la sempre maquiada e cabelos penteados, como se ela tivesse acordado daquele jeito. Não era um ato de amor mas para se esconder dela mesma. Do seu real.
Olha, penso que, seja qual for a relação, a sua autenticidade e valor se dá mesmo nos momentos mais descabelados da vida! Na beleza, na saúde, na doença, no dia de humor azedo e na alegria saltitante. A vida vai esculpindo a nossa cabeça, corpo, saúde, joelhos, tudo. A idade chega. Isso não quer dizer relaxamento. Quer dizer liberdade para, pelo menos no círculo íntimo, poder ser todas as versões de si mesmo.
Imagino o pesadelo que devia ser despertar mais cedo para não se permitir enxergar. E, se quando numa fase da vida não puder levantar e correr para a maquiagem ou que for. A outra pessoa não vai estar ali à beira do real?
As mulheres são cruéis demais consigo mesmas! Elas alimentam essa exigência física, mental, numa relação de arame farpado.
A mídia vende uma imagem dolorosa e mulher compra.
Se o companheiro, amigos, família, seja quem for (ou até você mesma) impõe uma perfeição emocional ou estética, tá na hora de mandar à m*! E, sinceramente, às vezes a pessoa que está perto de você nem liga para isso! E tá a pessoa se torturando com ideias vendidas pela mídia ou línguas que esquecem que todo mundo vai ter o seu dia de avesso de si mesmo. E é muito bom quando estamos cercados por pessoas que abraçam todas as nossas versões. Mas isso começa com a própria pessoa. Se ela não se banca, não adianta.
E nada mais gostoso do que receber elogios nos dias em que nem mesmo nós gostamos do que vemos. Ou até provocações que nos façam rir de nossas próprias catástrofes. Tá aí a verdadeira relação.