ESTÃO DE OLHO NA GENTE
Já foi o tempo em que vivíamos ilesos, podendo pintar e bordar sem deixar rastros. Agora o Grande Olho tudo vê, tudo sabe, tudo controla, tudo acusa. O que pensamos, acreditamos, delineamos, cravamos etc. estão sendo milimetricamente esquadrinhados e armazenados nesse baú maquiavélico. Lembro que podíamos fazer safadezas e aberrações pelos quatro cantos - do elevador à pracinha da esquina - que ninguém dava bola. Agora, ferrou: o Grande Olho nunca cochila nem vira as costas. Até aquelas deliciosas fantasias que permeavam as elocubrações nos mantos solitários agora são caçadas com volúpia insana e implacável. Estamos defitivamente perdidos, babaus.