B.B.B8 - da devassidão
BBB8 – bota besteiras no Brasil 8
Hoje, 8 de janeiro de 2008, vai ao ar mais um dispendiosíssimo programa de TV com bombardeio de elétrons produzidos por energia eletromagnética e nuclear que formam as imagens captadas na telinha de cinema que invadem os nossos lares.
É mais uma idéia perniciosa importada a peso de ouro por emissora brasileira. Chacrinha tinha razão: “Nada se cria, tudo se copia”.
Há nele, um detalhe que foge ao discernimento das ativas Ongs que lutam contra o racismo. Imitando o americano que mascara a integração racial colocando um único participante negro no elenco, como também nas novelas, esse BBB8 não foge a regra, desconhecendo que mais de 50% da população é negra. É bom salientar que sempre se trata de um personagem do sexo masculino que pode, psicologicamente, suportar mais a discriminação racial. Não sei se também por traz do pano, há uma atitude preventiva de, no caso de uma belíssima negra brasileira participar e sair vitoriosa, com possibilidade de no futuro integrar o elenco da emissora, não seria lucrativo. Nos passados BBB colocaram morenas, contudo com o baixo nível cultural. O macho negro é mais difícil chegar a abocanhar o invejável prêmio ofertado porque todos nos sabemos como o brasileiro é racista camuflado.
Uma dessas fantásticas mulatas de beleza incomparável a rebolar seus estonteantes corpos, está claro, seriam alvo da “gula” pecaminosa do homem, tendo grande possibilidade de se eleger.
Mas, o meu propósito é comentar a pulha do caráter que brota de cada participante na ânsia de abocanhar o prêmio. É o tipo da ação: “O fim justifica os meios”. Caber-lhe-ia melhor o nome de Irmãos Hipócritas.
O fato é que as emissoras concorrentes terão que “se virar” durante os três meses, com bons programas no mesmo horário para poder abafar um pouco o Ibope do “instrutivo” evento.
Há dois anos, escrevi à direção da Globo sugerindo a criação de um programa de integração racial, no mesmo estilo, todavia representado por três casais de brancos (mesmo brasileiro), e três de negros, cada um pai de dois filhos, formando um elenco de doze figurantes, escolhidos com o mesmo nível cultural e econômico, para conviverem dentro do período e assim produzir algo de instrutivo, sobretudo de cunho humanitário. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Tal programa talvez não alcançasse a atração econômica que implica no investimento. Para o caso, também lembrava, que o palco “casa ambiental” não precisaria de tanto dispêndio de luxo, incompatível e acintoso com o nível da sociedade brasileira. Porém, o que dá dinheiro é escândalo. Há propensão na natureza humana de sempre simpatizar com o lado obscuro, seja da vida ou do comportamento moral.