Chuvas

Chove forte!

Na casa o telhado vibra, treme

Água abundante

A memória volta no tempo- espaço

No bairro rural que cresci, e me fiz homem

Ainda lembro dos conselhos e chineladas

- Vai ficar doente...

Gritava minha mamãe

Mas como todo rebelde ignorava

O carinho e proteção

E fazia por pirraça

Mas o resultado sempre o mesmo

Uma surra e conselhos...

O tempo passa rápido

E hoje não surro minhas crianças

O tempo é outro

Com a internet não tem tempo para a lama

Jogos de piratas e polícia ladrão

Devo confessar a saudade

De minha amada que se preocupava

Com nossa ausência

E não dormia, até chegarmos, e beijar sua mão

Pedindo a benção maternal

Ah! Mundo muda!

E tudo vira figurinha no álbum da memória

Até se apagar com o tempo

Desgasta tudo e ficando amarelado

E anacrônico

Chuva lava o solo e alma

Revigora o renascimento

Mas dá muita saúde

Se misturam com as lágrimas

Que não valorizei

E passou como vento

Folhas secas de outono

Bento carrega para bem longe

Chuvas

Chuvinha de meu bom coração

Levem o remorso

Mergulhem nas gotas de cristal

O suor da vida

A gata gotinha....

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 09/07/2024
Reeditado em 09/07/2024
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