E EIS QUE FA-FÁ VOLTOU!
Vou explicar logo antes que o leitor já imagina outro assunto. Fa-fá neste caso não tem nenhuma relação com uma pessoa. Trata-se de um simples apelido que eu dei a um gatinho aqui do condomínio onde moro. Sem mais nem menos, certo dia ele me seguiu até à lixeira e depois voltou até ao meu apartamento e sempre miando, miando como se quisesse algo. Neste primeiro dia tive dó, mas não pude fazer nada por ele. Já em outra oportunidade o mesmo felino agiu da mesma maneira, ou seja, me seguiu até ao portão. Depois desta não resisti e passei logo numa casa de ração e comprei uma pequena porção. Logo que eu o vi fui logo dizendo como se fosse a uma criança: "Pronto, está aqui o que você está querendo". E ele ficou comendo ali com muito apetite. E assim sucessivamente. Quase todo o dia, sempre quando eu saía para fazer a minha caminhada matinal, o tal gatinho aparecia de algum lugar e vinha ao meu encalço. E logo lhe dava outra pequena porção de ração. Ou seja, como ele parecia com tanta vontade, resolvi lhe chamar de "fá-fá", - de faminto. Até que certo dia ele sumiu da área do prédio. E resolvi perguntar a minha vizinha sobre o sumiço do gatinho, já que ela sabe quase tudo do que acontece no nosso condomínio, ou seja, sem querer chamá-la de fofoqueira, mas distribuidora de notícias. Foi quando ela me informou que a dona dele o prendeu com receio de levar multa por ele ser visto, de vez em quando, sobre os carros que ficam na garagem. Neste ínterim, por incrível que pareça, senti falta do fafá, mas não pude fazer nada. Até que, finalmente, hoje, sem mais nem menos ele me aparece já se enroscando nas minhas pernas como se também estivesse com saudade, ou melhor, falta daquela porção de ração. Na mesma hora voltei para pegá-la e num descuido, com a porta entreaberta, o fafá entrou e foi direto pra sala, quarto e ficou avaliando tudo como se fosse um fiscal. Então o chamei e no lugar de sempre coloquei a ração de sempre e em seguida costumo dizer, brincando: "Come tudo e depois bebe água, fafá!"